Entre a verdade e a mentira
O diáfano véu da nudez. Do qual, cada um se cobre
Com seus ritos e seus mitos.
Singular, porém, toda gente ir nua pela rua
Julgando-se coberta. E clamar que toda a gente anda
nua
Dizendo-se bem vestida…
E se em cada mentira um ponto
De verdade se encontrar, então é certo
Que a mentira se enovela na verdade
E o que é verdade agora será biombo mais tarde
Para se despir o fato da mentira
E revestir-se com a seda da verdade…
Manuel Veiga
22.05.22
12 comentários:
Poema lindíssimo que muito gostei de ler
Cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
"Singular, porém, toda gente ir nua pela rua
Julgando-se coberta. E clamar que toda a gente anda nua
Dizendo-se bem vestida…"
Perfeito, pá!
Olá, Manuel Veiga
Faz-me recordar aquela história de "o rei vai nu",
gritada pela inocência de uma criança. :))
É muito bom em trocadilhos, caro Poeta.
Verdade e mentira, mentira e verdade, venha o diabo
e escolha, visto que neste mundo de Cristo cada
um defende a sua verdade.
Boa semana.
Olinda
Um abraço e um sorriso, Manuel! :)
pois é, amiga Olinda "o Rei vai nu..." - so que aqui não há "inocentes..."
ainda bem que gosta dos meus trocadilhos - sugestivos, não é verdsde?
saudaçoes amigas
A mentira e a verdade, mutuamente se inquirindo...
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Amigo Manuel Veiga, na verdade, muitas vezes me perco na palavra alheia, não sei se estou escutando verdades ou mentiras, ou meio a meio!!
Porém, já acostumei a dar meus descontos para o que escuto de verdades. É, infelizmente estamos assim, a palavra, os casos, as histórias não são mais daqueles tempos de mais honra.
Um belíssimo e criativo poema, como sempre, amigo.
Uma feliz semana, Manuel,
beijos.
Vejo que o comentário que escrevi ontem não seguiu, caro Poeta! Quer fazer-me o favor de verificar se ele foi alojar-se no Spam?
O pior é que nem que eu quisesse reformular o dito, nada seria igual. Até porque falei no menino que gritou a mais pura verdade que ninguém queria revelar porque o belo traje do Rei não se via por ser 'invisível'..." O Rei Vai Nu"... :)
Ora como o Poeta já garantiu que aqui não há inocentes, lá se ia a minha tese por terra.
Mas veja, sff.
Um abraço e uma boa semana.
Um excelente poema. Nem tudo o que vemos é verdade como nem tudo é mentira.
Atualmente a vida está pejada de mentira que passam por verdades. De gente nua que se afirma bem vestida. Todavia eu recordo António Aleixo:
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Abraço e saúde
Ah... Verdade universal...
Não há, em todo universo
Pois cada ser é diverso
Do outro ser animal
E o ser humano, afinal
Também é diverso assim
Com verdades diferentes,
Pois se todos fossem crentes
Da mesma forma, era o fim.
Parabéns pelos belos versos. Creio que até a verdade matemática não é verdadeira, visto ser uma convenção. Para um extra-terreno, talvez a verdade matemática seja outro. Abraço fraterno. Laerte.
Um belo poema, cortante nos seus contrários!
Beijo
Boa noite de serenidade, Manuel!
Um poema revestido de verdades incontestáveis.
O mundo é uma mescla de mentiras e verdades que são tão camufladas que se confundem entre si.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz
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