quarta-feira, julho 06, 2022

PALAVRAS BÁRBARAS.-


Na orla o abismo tudo ou nada

Onde se despenha a palavra como águia no deslumbre

Do voo. Volteio dos sentidos em que se dizem

E se desdizem em cópula de (im)possibilidades

Ou rebentação de nascentes. Fecundas todavia

Ainda que obscuras, por vezes, a exigirem a demolição  

Dos comuns lugares onde desaguam.

Colorida profusão de sons a estalarem

No palato, matriz e cúpula.

E salivas múltiplas

Favos de amor jurados…

Palavra dada!

 

Vernáculas. Palavras bárbaras..

Língua de trapos. Língua ferina.

Língua como facas…

 

 

Manuel Veiga

06.07.22

 

8 comentários:

- R y k @ r d o - disse...

Poema deslumbrante. Fascinante de ler.
.
Cumprimentos poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Juvenal Nunes disse...

De palavras se faz a comunicação, palavras para todos os gostos e estados de alma.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

São disse...

Tanto tipo de palavras e sentidos....

Beijo

Janita disse...

Felizmente nem todas as palavras ferem, ofendem e maltratam.
Há palavras suaves, doces e que curam certos males da alma.
Mas Poesia é poesia, palavras deitadas ao vento.
Quem as agarra, pode sempre devolvê-las, se trouxerem remetente. :)

Abraço, Poeta!

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo poeta Manuel Veiga,
este seu belíssimo poema, de extraordinária beleza,
deu-me muita satisfação na sua leitura, uma rara
inspiração do poeta português.
Um bom final de semana, amigo Manuel,
com muita paz.
Grande abraço.

Olinda Melo disse...


Olá, Manuel Veiga

Poema que atesta a sua arte de lidar com
as palavras. E há-as belas, feias, com
sentidos múltiplos ou simplesmente deslavadas.
Construção poética de grande beleza.
Gostei muito.
Abraço
Olinda

Maria Rodrigues disse...

As palavras podem trazer uma felicidade imensurável ou ferir como facas.
Um poema sublime.
Beijos

Tais Luso de Carvalho disse...

Palavras, tão difíceis de compreendê-las!
Trazem a discórdia, o terror, tristeza e guerras;
trazem a amizade, o amor, a tolerância.
E é nessa música difícil, que temos de aprender a dançar,
dançar conforme as palavras que viram acordes, por vezes desconectados.
Belo poema, meu amigo!
Uma feliz semana, um beijo.

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