Que o Céu
desabe e a Terra trema
e, do mar, línguas de fogo, devorem
todos os inocentes…
e o sol expluda em poeira cósmica
e o caos reine e seja antemão
de uma nova geometria
e seja vórtice de todas as mudanças…
e todas as línguas se confundam
num abecedário sem registo
nem verbos, nem nomes, nem pronome
e sem adjetivos…
e minha fome seja o pão negro dos pedintes
e minha sede uma lágrima tua!
e então que de meus olhos desça uma rosa vermelha
e um poema de cristal
para enfeitar teus seios…
Manuel Veiga
19.10.22
9 comentários:
Poema escatológico, prenunciando o fim do mundo.
Redime-se nos últimos versos.
O Poeta no seu melhor.
Abraço
Olinda
Boa tarde Manuel,
Um poema que me deixou sem palavras, de tão belo, concebido pela sua genial inspiração.
Parabéns pela magnífica construção poética que faz pensar.
Beijinhos,
Ailime
Poema excelente.
Instalar o caos para reconstruir o cosmos...
Um beijo
Esplêndido, Manuel!
Forte abraço!
Isso é um poema? Que profundo há há
Parece um pouco em alguma parte da biblía em que todas as linguas se misturam e todas ficam com aquele olhar confuso, não entendendo absolutamente nada e é assim que nasceram as novas linguas :D
➻trocaseguidorecomentário?➻https://~🧜🏾♀️
Beijão
E isso vai acontecer...
Excelente poema, gostei imenso.
Boa semana, caro amigo Veiga.
Um abraço.
Tão belo, como todos os poemas que vens escrevendo. Parabéns!
Uma boa semana com muita saúde, meu Amigo.
Um beijo.
Maravilhoso, Manuel!!
São tantas obras primas por aqui... esta é um luxo!
"e minha fome seja o pão negro dos pedintes
e minha sede uma lágrima tua!"
Um beijo, amigo, uma boa semana!!
Um final feliz para acabar um poema duro no início...
Beijo
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