No sopro de meus dedos todas as glórias
(Que
nestas letras se misturam deuses e criaturas)
Barro que
tem reflexo de alturas
Onde
germina o Corpo, o Tempo e o Modo.
Infinito-Presente
que de tão breve é já Futuro.
Nada de
novo no horizonte da palavra que respiro
Pois nada
de mim se arrasta neste parto.
Sou além
de mim – sou queda e brado!
Partitura
que por capricho ou ledo engano
Na música
se esvai correndo como o pano
Que
aberto se fecha sobre palco festivo...
Promessa
mil vezes adiada.
Não me
lamentem porém os que de mim colhem
A flor de
meus desejos.
Que no
bosque esperançoso em que incauto teimo
Sou
vereda e água – e a palavra sussurrada –
E o vento
em cópula de Outono
Sobre as
árvores...
Manuel
Veiga
1 comentário:
Quedei-me aqui neste Infinito-Presente,ainda que Futuro, quase.
Deuses e mortais festejam as Palavras
que dos dedos do Poeta se despegam,
num sopro. Contudo, elas trazem emoção
as quais permanecem, matizando de cores
vivas os nossos dias.
Um dos seus mais belos Poema, Manuel Veiga.
Muito obrigada por estes momentos de tão
bela leitura.
Abraço.
Olinda
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