sábado, abril 12, 2025

MAGNÂNIMO O CANTO.....


Magnânimo o freixo e sua sombra

E os braços erguidos, em oração muda.


Magnânima a margem das ribeiras

E as cascatas no silêncio das montanhas.


Magnânimas as pontes que não deslassam

E as pedras que ficam pelos caminhos.


Magnânimo o toque das igrejas e os altares

No olhar compassivo dos incréus.


Magnânimo o voo das aves e a vertigem

E todos os prenúncios extraídos das entranhas


Magnânima a Lua e as noites de Agosto

E a bebedeira dos sentidos assim expostos


Magnânimo o ar que respiramos e o pão

Dos pobres. E a sede de todos os proscritos.


Magnânimas as almas piedosas e o gesto pio

Na forca dos condenados.


Magnânimo o dia de ontem e a gravidez do tempo

No coração dos homens.


Magnânimo o final da tarde e piar do mocho

E rouco cântico do poeta em sua humanidade.


Manuel Veiga


7 comentários:

Olinda Melo disse...

Magnânimas todas as Coisas criadas. E este belo Poema que nos dá conta da Felicidade de
vermos e sentirmos a magnanimidade do Universo.
Uma sublime inspiração, meu amigo Manuel Veiga.
Abraço
Olinda

" R y k @ r d o " disse...

Boa tarde. Independentemente da sua publicação poética que classifico de sublime, passo a fim de deixar expressos os meus votos:
.
“” De uma Feliz e Santa Páscoa, extensivos à sua família e amizades.““
.

Eros de Passagem disse...

Faz-me tempo...
O que diz o poema e o que diz Olinda se completam para tão magnânimo poema.
Um abraço,

Tais Luso de Carvalho disse...

Uma doce e Feliz Páscoa, querido amigo,
muita paz, saúde e alegria nesse dia.
Um beijo, meu amigo.

Eros de Passagem disse...

Leia-se Faz tempo

lis disse...

"nego-me ä dança dos ditadores..."
louvo a lucidez do sonho de Liberdade... Viva 25 de abril !
O meu abraço mVeiga

AnaMar (pseudónimo) disse...

Magnânimo, este poema.

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