sexta-feira, maio 02, 2025

METAMORFOSE(S)


Na suavidade da pele onde amarras e tabus

Se quebram. E todas as juras

E todas as palavras se abatem –

Lume ardido – e as salivas são incisões

Pictogramas na raiz do frémito.

E as línguas se dizem palato

No rubor dos murmúrios

E se esbanjam opulentas e vernáculas

Morfemas de lume a crepitar

Nos espasmos …


E os corpos já não corpos

Dança de signos e sintagmas

Bailado de licores e gestos

E pedestal e moeda viva


E morfema onde te digo líquida

E te reclamo métrica e partilha – verso e reverso

Da mesma fala 


E te digo padrão e síntese.

E resgate de todas

As memórias…


3 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Bom dia:- Belo poema. Intenso, profundo, que aplaudo e elogio
.
“” Feliz Fim de Semana ““
.

Olinda Melo disse...

A fala dos mistérios que se metamorfoseiam em sons..
líquidos e prazerosos, uma linguagem apenas conhecida
de quem ousa sonhar .
Belo poema, amigo Manuel Veiga.
Sempre a considerá-lo.
Abraço
Olinda

Tais Luso de Carvalho disse...

Pois esse é o meu amigo Manuel Veiga, trazendo
para nós belíssimos poemas, deixando aqui seu
já tão reconhecido talento!
Aplausos ao querido amigo!
Um bom final de semana, Manuel!
Beijo.

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