sábado, maio 10, 2025

TODOS OS RIOS SÃO MESMA SÊDE


São os deuses traiçoeiros em seu delírio

E as pátrias decidem as bandeiras

Como destino dos homens.


Em cada dor, porém, uma tempestade

E um rasgo de mãos acesas

Sem fronteiras.


Nada do que é humano respira sozinho

E os Povos não reconhecem oceanos

E todos os rios são a mesma sede

E crestados lábios.


E todas as fomes se somam

E todas as angústias são látego coletivo

E em cada luta há sempre um afago indefinido

E em cada muro um grito subterrâneo

Que explode em cada gesto

De dizê-lo.


Nada os deuses nos devem

Mas são os homens que se inventam

Em cada dádiva de amor rebelde

E liberdade…


E quando um Povo sofre (ou se liberta)

É toda a Humanidade!…


Manuel Veiga


4 comentários:

Davi Machado disse...

'E em cada luta há sempre um afago indefinido'
Bela, Imagem.

" R y k @ r d o " disse...

Boa tarde:- Poema fascinante que muito gostei de ler
.
Domingo feliz, com Saúde e Paz.
.
Poema: “ Abra o coração ao amor “ .
.

São disse...

A Humanidade é um todo, mas existe sempre quem assim não pense.

Por isso , aparecem fantasias assassinas sobre raças superiores e povos eleitos.

Abraço, boa semana.

Olinda Melo disse...

Bandeiras são símbolos. Fronteiras são, por vezes, fabricadas. Para o nosso mal
a Humanidade se desumaniza. E o que é humano perece.
Poema magnífico, amigo Manuel Veiga. Nestes tempos de grande desolação temos de nos reinventar.
Abraço
Olinda

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