segunda-feira, setembro 22, 2025

A COR DO SONHO NA PALETA...


colhe o poeta a cor do sonho na paleta

com as nuvens sobre a esfera onírica, porém presa

e na nesga rasgada sem saber se sai ou entra

o mar ao longe...

 

advinham-se corpos irreais em transparência

reclinados sobre colchas sem memória

como sombras pressentidas na luz imensa

que o dia clama...

 

talvez crianças caprichosas ou velhos faunos

desfaçam a cortina ou a subtil brisa os descubra

desnudados sem culpa ou sem remorso

bárbaros e puros...

 

talvez deste lado da paisagem onde beijos correm

como ondas e os dedos do poeta se deslaçam

o azul capriche no tempo breve e em suave tarde

apenas os corpos reinem...


Manuel Veiga

3 comentários:

Aleatoriamente disse...

Manuel ,

teu texto é um mergulho delicado e sensível, quase etéreo. A forma como transitas entre sonhos, cores e corpos revela uma poesia que não se prende às convenções, mas se abre à imaginação e à sensação pura. Senti-me flutuando nesse azul caprichoso, acompanhando cada sombra, cada gesto, cada nuance que o poeta revela.
É lindo ver como consegues dar forma ao efêmero, tornando visível o que muitas vezes só se pressente. Obrigada por partilhar essa paisagem tão intensa e sutil.

Fernanda

Olinda Melo disse...

Invadindo a esfera onírica e com as cores da paleta de
um pintor, pinta com maestria o sabor das coisas íntimas
deixando-lhes a liberdade de se desenvolverem trazendo-nos
a magia do céu e da terra. Percorre com subtileza esse
espaço que cada um de nós resguarda e oferece-se nessa
ara com magníficas palavras.
Sempre a considerá-lo Manuel Veiga.
Abraço
Olinda

lis disse...

A magia sempre permeia sua poesia, mVeiga ,
e oferece-nos uma paleta imaginária cujos sonhos
se desfazem como nuvens ... Boa semana ,amigo.

A COR DO SONHO NA PALETA...

colhe o poeta a cor do sonho na paleta com as nuvens sobre a esfera onírica, porém presa e na nesga rasgada sem saber se sai ou entra ...