colhe
o poeta a cor do sonho na paleta
com
as nuvens sobre a esfera onírica, porém presa
e
na nesga rasgada sem saber se sai ou entra
o
mar ao longe...
advinham-se
corpos irreais em transparência
reclinados
sobre colchas sem memória
como
sombras pressentidas na luz imensa
que
o dia clama...
talvez
crianças caprichosas ou velhos faunos
desfaçam
a cortina ou a subtil brisa os descubra
desnudados
sem culpa ou sem remorso
bárbaros
e puros...
talvez
deste lado da paisagem onde beijos correm
como
ondas e os dedos do poeta se deslaçam
o
azul capriche no tempo breve e em suave tarde
apenas
os corpos reinem...
Manuel Veiga
3 comentários:
Manuel ,
teu texto é um mergulho delicado e sensível, quase etéreo. A forma como transitas entre sonhos, cores e corpos revela uma poesia que não se prende às convenções, mas se abre à imaginação e à sensação pura. Senti-me flutuando nesse azul caprichoso, acompanhando cada sombra, cada gesto, cada nuance que o poeta revela.
É lindo ver como consegues dar forma ao efêmero, tornando visível o que muitas vezes só se pressente. Obrigada por partilhar essa paisagem tão intensa e sutil.
Fernanda
Invadindo a esfera onírica e com as cores da paleta de
um pintor, pinta com maestria o sabor das coisas íntimas
deixando-lhes a liberdade de se desenvolverem trazendo-nos
a magia do céu e da terra. Percorre com subtileza esse
espaço que cada um de nós resguarda e oferece-se nessa
ara com magníficas palavras.
Sempre a considerá-lo Manuel Veiga.
Abraço
Olinda
A magia sempre permeia sua poesia, mVeiga ,
e oferece-nos uma paleta imaginária cujos sonhos
se desfazem como nuvens ... Boa semana ,amigo.
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