segunda-feira, setembro 01, 2025

Restolhar do Sonho

 

Um fio de sonho

E gesto largo

Nos longos dedos

Do silêncio.

De permeio

O acre enleio

Por dentro o sarro

E o engano

Desenganado

A elidir o logro

No restolhar

Do sonho…

Manuel Veiga


4 comentários:

lis disse...

há sonhos recorrentes outros proféticos
havemos de procurar nos restolhos ,
sempre grande poema ,mVeiga

Olinda Melo disse...

Os sonhos por vezes deixam resquícios na vida e
na alma. O restolho faz-se quase palpável.
Belo poema, amigo Manuel Veiga. Como sempre.
Abraço
Olinda

Sonya Azevedo disse...

O silêncio despertando sonhos! Linda poesia. Luz e paz. Uma ótima semana. Abs

Aleatoriamente disse...

Manuel,

que versos belíssimos!
Há neles a delicadeza de um fio de sonho e, ao mesmo tempo, a densidade do silêncio que tudo atravessa. O jogo entre engano e desengano, logro e revelação, cria uma cadência que envolve e faz pensar. Sua escrita é como um sussurro profundo: breve, mas cheia de ações.
Obrigada por compartilhar poesia que toca e deixa marcas.

Abraço,
Fernanda!

Pretérito Imperfeito

No roteiro de teus passos e no fervor Dos laços me entardeço. E me derramo E me desfaço. E (bem) te digo Seda fina e xaile antigo ...