segunda-feira, outubro 20, 2025

Desfazer da Tenda....


Desfaz a Tenda dos Milagres, poeta!

Pois a ti te bastam os ecos

E o topo das montanhas

Que são vertigem…

 

E afasta este azul nítido

Tão líquido azul que magoa. E se perde

Lá ao fundo…

 

E cala o sonho do sonho

E a asa. E o golpe que por vezes assoma –

Verso que desponta no reverso

E inebria…

 

E cala também o beijo dos amantes.

E os dias de verão e

Bem assim o inverno…

 

Que este vinho antigo

E este lastro. E este perfume decantado~

E esta gravitas

São já tanto!...


Manuel Veiga

3 comentários:

J.P. Alexander disse...

Profundo poema. Te mando un beso

Anónimo disse...

Obrigado pela força das palavras.
Até já!

Graça Alves

Olinda Melo disse...

Este perfume decantado e esta gravitas - Já são tanto!
O peso, a gravidade, a ética, e o perfume da vida,
Manuel Veiga. Tudo se entranha neste seu poema como
o sangue que leva a seiva que nos dá alento. A Tenda
dos Milagres continuará a fazer milagres e a mostrar-nos
o longo caminho da dignitas.
Grande abraço.
Olinda

NEM UM SUSPIRO

  Nada. Nem um suspiro. Nem um bulício. Apenas o leve adejar do Sonho. A espraiar-se em azul-turquesa.   E aquela ilha!... Ao longe....