"Um século depois do 5 de Outubro, a I República é ainda hoje lembrada pela revolução política que lhe deu origem.
Contudo, a República e o Republicanismo foram, antes de regime, um movimento cultural regenerador que, para além da mudança do sistema monárquico, pugnava pela democratização da sociedade portuguesa, pela laicização das instituições e das consciências e pela modernização económica e social de Portugal.
Para os homens de 5 de Outubro, a República era o "fim da História". Animava-os uma dimensão ética nova, sustentada sobre o culto da vontade, sobre a ética da honradez e sobre o amor à Pátria e à Humanidade. "Cavaleiros do Ideal", ambicionavam conquistar os seus concidadãos, pela instrução e pela devoção cívica, para uma atitude optimista de combate à descrença e ao indiferentismo político.
Passados 100 anos, o 5 de Outubro congrega-nos numa herança humana, política e histórica inquestionável. Em primeiro lugar, como um momento de ímpeto único e de crença optimista na superação das dificuldades colectivas da nação.
Depois, como uma experiência social, política e cultural riquíssima que pôs em evidência os valores e os limites da nação e a sua capacidade para delinear as estratégias mais adequadas à construção do futuro.
Por último, como um projecto político empenhado em alicerçar a unidade nacional em torno da modernidade e dos valores liberais e democráticos que orientam as sociedades mais avançadas e igualitárias do mundo contemporâneo."
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Contudo, a República e o Republicanismo foram, antes de regime, um movimento cultural regenerador que, para além da mudança do sistema monárquico, pugnava pela democratização da sociedade portuguesa, pela laicização das instituições e das consciências e pela modernização económica e social de Portugal.
Para os homens de 5 de Outubro, a República era o "fim da História". Animava-os uma dimensão ética nova, sustentada sobre o culto da vontade, sobre a ética da honradez e sobre o amor à Pátria e à Humanidade. "Cavaleiros do Ideal", ambicionavam conquistar os seus concidadãos, pela instrução e pela devoção cívica, para uma atitude optimista de combate à descrença e ao indiferentismo político.
Passados 100 anos, o 5 de Outubro congrega-nos numa herança humana, política e histórica inquestionável. Em primeiro lugar, como um momento de ímpeto único e de crença optimista na superação das dificuldades colectivas da nação.
Depois, como uma experiência social, política e cultural riquíssima que pôs em evidência os valores e os limites da nação e a sua capacidade para delinear as estratégias mais adequadas à construção do futuro.
Por último, como um projecto político empenhado em alicerçar a unidade nacional em torno da modernidade e dos valores liberais e democráticos que orientam as sociedades mais avançadas e igualitárias do mundo contemporâneo."
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Do Programa da Exposição "Viva a República"- edifício da "Cordoaria Nacional" - Belém - Lisboa.
16 comentários:
Sim! A herança a que temos direito.
Abraços
a herrança que está cada vez mais cosporcada, infelizmente
Saudações amigas
Viva a República...
Condição necessária (na altura) mas não suficiente... pois tudo depende da sociedade e de quem a dirige.
Caro amigo, um abraço.
Ainda continua a haver quem pugne pelo regresso do rei, ao mesmo tempo que brinca às Constituições republicanas!
Abraço
Caro Herético,
Bom que fosse se o movimentos e revoluções se mantivessem defensores de todos os sonhos e ideais pelos quais se justificam as lutas e batalhas...Bom que fosse se todos as "Repúblicas" que destronaram suas monarquias despóticas nunca esquecessem suas bandeiras de ética e honradez...
Beijos,
Genny
Estranho! Não se encontra qualquer referência à Carbonária, o verdadeiro e quase único motor da implantação da república. Para quem o ignore basta saber que a bandeira da seita de assassinos da Carbonária é hoje a bandeira nacional com mínimas diferenças no escudo. Porque será? E porque é que a Carbonária continuou a assassinar gente e a apoiar assassinos após a implantação?
Afinal, o que é que interessa realmente para o bem duma qualquer população? O tipo de regime ou como os governos actuam? Ao nos lembrarmos que as maiores democracias são monarquias, hoje paradas no tempo, mas não quando abriram o progresso, que dizer?
um dado factual: na exposição em referência tem devido destaque o papel da "carbonária" na implantação da República Portuguesa...
quanto a opiniões (mesmo mentirosas), não é este o espaço para as discutir.
direi apenas que se fosse evocar os "assanínios" e o obscurantismo das monarquias (e da Igreja Católica em que se sustentaram) preencheria este blog por meses sucessivos.
... e disse!
Por onde andam esses ideais que nos deixaram por herança os Homens da República?
Um beijo.
Oi heretico
... "o meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ideologia!
Eu quero uma pra viver" (Cazuza)
o modelo deveria ser o nao hereditário
república=democracia= bem comum,só entendo assim.
mas ainda prefiro as poesias rsrs
deixando meus abraços
A inocente
cara da res publica
que as gentes públicas
ora degeneram: na liberalização dos ricos.
Viva a República e a permanência dos seus ideais fundadores.
Uma memória a visitar
Abraço
Como todos os projectos alicerçados em ideais, a República constituirá sempre uma empreitada inacabada, mas nem por isso menos meritória. Também por isso nunca é demais relembrar os princípios fundamentais que lhe subjazem.
Meu caro:
toda e qualquer revolução
traz avanços ao percurso do homem
"en quête"
da perfeição,
da utopia.
Somos apenas humanos.
Eu e você.
E muitos outros.
Infelizmente
há muitos que são macacos...
ou dinossauros!...
Forte abraço
Monarquia versus república...? Não me parece. A monarquia teve a sua entrada na História e foi substituída historicamente pelo reforço progressivo do poder da «plebe». As que subsistem hoje (no dito mundo ocidental)não são mais do que um mero arremedo de regime monárquico, um faz-de-conta afinal sempre sustentado num parlamento.
O resto são efabulações mais ou menos retrógradas.
Com o advento da república surgiram e implantaram-se novos paradigmas - para o bem e para o mal - socialmente irreversíveis, a não ser face a alguma hecatombe à escala planetária.
A república é um novo degrau na escadaria da Humanidade, que contém já em sí o ímpeto para o próximo... Esse é o meu entendimento da evolução social e muito me confrange ouvir - ainda que a minha compreensão roce o infinito - algumas vozes de teimosia cega e saudosismo «imobilista».
Eles não sabem (nem sonham... ou não lhes dá jeito, também)) que a sua própria teimosia integra o processo histórico que é a alavanca para o degrau seguinte, quer queiram quer não queiram, pois que «o mundo pula e avança...».
Grande abraço, amigo. Sempre um prazer e um enriquecimento vir até aqui.
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