Generosos são os
deuses que tecem filigranas
No corpo da
noite...
Sempre ali
estiveram as ilhas. Meus olhos
É que tardaram
nessa bebedeira do sonho...
O voo é esta
reclinação do tempo. Dispo-me
De mim e
mergulho no magma. Como outrora
A cobiça dos
impérios criava tempestades...
Pepitas
luminosas no colar de Athena
As ilhas sempre
ali foram. Homens e impérios
As profanaram no
impudor da guerra. E no delírio
Das vitórias.
Gargantas
bárbaras por onde escorre vinho
Generoso. Subtil
veneno que entorpece
Como lento
remoer da insubmissa espera...
Sou herdeiro
desta miragem. Da infinita doçura
Que sara os
golpes. E da mão que vinga.
E do apolíneo
gesto que rasga a pedra.
E do bronze da
história que clama.
E que reclama...
.....................................................
Regresso agora.
Ítaca reinventada. Pátria minha.
Ferida aberta...
Manuel Veiga –
in “Poemas Cativos”
15 comentários:
Este talvez seja um dos teus poemas cativos que mais cedo se liberta
rasgando a pedra
~
~ ~ "Pátria minha. Ferida aberta... "
~ À espera de uma reinvenção. ~
.
Gosto do modo lírico como traças os teus épicos versos. E digo 'lírico' como quem diz inicial.
Abraço, amigo Manuel!
jorge
Muito bonito, heretico! Tão bonito como o próprio Peloponeso! Rendilhadas as pedras e com salpicos de mar. Muito belo!
É um belíssimo poema!
Beijo meu
lâminas nas palavras...
:)
Lindo seu blog e
encantador seu poema.
Ja seguindo
deixo Bjins
CatiahoAlc.
Saudações amigas.É sempre um prazer por aqui navegar, a maresia que se inspira liberta o coarção
Alguns por bem chamam épica à tua poesia
Falta-lhes ver o sol
mesmo de Inverno
a dardejar por dentro
das nossas bandeiras
Abraço fraterno
Em certa medida é épica, sim. Mas há muita sensibilidade neste teu canto de liberdade que foi contida...
beijo
Bom postal! Boa fotografia! Também tenho uma máquina mas está sem pilhas!
Ai se da Grécia continuarem a vir boas notícias, eu vou pedir-te para escreveres é uma cantiga, peço a outro amigo para a musicar e ponho o pessoal todo a bailar!
Um abraço que isto não é para brincadeiras
"O Poeta -qual cadinho- atiça o fogo"
Abraço meu irmão
Temo adivinhar tempestades ainda escondidas pelo delírio das vitórias. Não sei se os deuses serão de facto, generosos.
abç amg
Um dos poemas mais belos que já te li....
Beijo.
até mesmo os Gregos gostariam de te ler...
abraço
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