São, por vezes,
compassivos ou deuses
E, em seu
arbítrio, permitem a glória de seu rosto.
E sonhos de
Eternidade...
Incautos então os
homens se incendeiam
Fogos-fátuos de
intenso brilho a atravessar
O Universo. E a
arder em Desejo fugidio.
E se esgotam em
inútil bater de asas.
E nesse percurso
de solidão e morte talvez
Um acaso de cor,
ou um som inesperado,
Ou um clarão
mais intenso sejam lenitivo.
Ou sejam queda. Ou novo ritmo.
Ou sejam queda. Ou novo ritmo.
E regresso ao
barro.
E talvez os deuses
ignorem...
E o delírio
passageiro se erga e ganhe forma
Inesperada. E
Eros reine (breve que seja).
E amor seja florescência consumada.
E o sonho
expluda. E as estrelas se percam
Em
fantasmagórico bailado.
Manuel Veiga
13 comentários:
Manoel,
“Nesse percurso de solidão e morte” são cometidos tantos atos que levam esses pobres homens e essas pobres mulheres a passar por reis ou seres superiores, acima do bem e do mal, indiferentes a sentimentos amorosos, voltados que estão para si mesmos. Freud dizia que todo o sentimento de megalomania denuncia um maluco.
Gostei amigo, do seu poema. Muito bom.
Um abraço.
Vamos aproveitar a dádiva dos deuses e deixar fluir o amor, o sonho e a ilusão, afinal a nossa humana condição permite-nos isso.
Um belo momento de poesia!
Um beijinho grato
Fê
Um belíssimo poema que expressa a paixão como
uma loucura cega e que inutilmente se proclama
com o suicídio já anunciado.
Exite na racionalidade uma confortável
sensação de controle da realidade.
Por isso, os loucos acionam tanto receio nos "normais",
a liberação e a quebra de censura é um abismo
assustador para uma sociedade tão hipócrita.
Mas, os "normais" precisam de sonhos e todo
sonho precisa de paixão:
"E o sonho expluda. E as estrelas se percam
Em fantasmagórico bailado."
A paixão é um acaso, mas o amor é uma certeza.
Certeza também é a bela singularidade deste
teu poema e a música escolhida de excelência, Poeta!
Parabéns!
Aos homens, os sonhos e a dança das estrelas. Já é qualquer coisa. :)
«São, por vezes, compassivos os deuses»... Não se tem dado conta, contudo.
Que os deuses despertem
Que o sonho expluda
Que a solidão impluda
Bailemos com as estrelas
Um poema em que o desespero e a esperança (?) se alinham, intensamente.
Senti/li dois sentimentos contraditórios entre as palavras buriladas de teu poema belo... que Rachmaniff realça com aquela melancolia intensa/dramática que sempre solta a nossa (melancolia).
Fazes falta em 'fragmentos'...
Beijo 'Herético'
e que Eros reine e que os desejos expludam e que a terra gire e os corpos rodopiam ao som de um bailado que só eles sabem...
excelente!
beijinho
:)
Um poema que se interroga como se fossemos deuses com memória e somos finitos de carne e osso
a nata do efémero
Abraço sempre poeta
E por cima dos deuses o Destino...
Belo!
Beijinho
Um poema celeste que se expande na infinita leitura cósmica do desejo.
É quando nesse "inútil bater de asas", por fugaz que seja, na dimensão da galáxia se confirma a génese divina.
Abraço
Olá, Herético,
Não sei se os deuses ignoram, de facto...
Que os homens e mulheres saibam aproveitar a excelência da breve florescência.
abç amg
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Muito bela, esta viagem de estrelas cadentes!
Beijo.
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