Desprende-se o
poema. Brevíssimo sopro.
Ou colisão ínfima
que estremece. E se agita. Inesperada.
No absurdo
silêncio do Mundo.
Murmúrio
de sarça. Arde. Como inflamadas cores
Sobre a Árvore
do Tempo. Ou toda a vida
No sopro do instante
– meteórica luz divina...
Desprende-se o poema.
Sem resguardo.
E nessa agitação
volátil um breve prenúncio. Ou esboço.
E o rosto invisível
das coisas a rasgar
A finíssima placenta.
Que a Palavra então
seja criatura
A aguentar o peso e as
dores do Universo.
E testemunho vivo
do humaníssimo
Gesto da Criação do Mundo.
Manuel Veiga
Sem comentários:
Enviar um comentário