Sob os escombros dos impérios a persistência
Dos dias
adiados. Gestos macerados
Em estridência de bronze
Nos golpes
desferidos.
Cortinas embora
que incautos tempos
Vão abrindo.
Escudos na intermitência dos golpes.
Por agora.
Os heróis -
dizem-me - estão gastos.
Respiram a
poeira das cavalgadas e míticas auroras.
E o acaso dos
dias...
Sei no entanto
do esplendor das coisas possíveis
E da decantação
das horas.
E que o perfume
das madrugadas
Se alimenta
desta espera.
E deste húmus.
E da fumegante
audácia que germina
Na grandeza de
promessas
– Enfim! -
traídas.
E nestes cardos
que os ventos soltam
Em redemoinho. Como
espinhos...
E sei ainda que
lâminas e cânticos se afinam.
E que o abraço
escorre nos humanos ombros.
E os pulsos se
rasgam. E o sangue lateja.
E que as agruras
são semente.
E os caminhos se
desbravam.
E sei que as
ruas são torpedos quando rios
E flâmulas se
incendeiam...
Manuel Veiga
In “Do Esplendor
das Coisas Possíveis”- págs. 122/23
Poética Edições –
Abril 2016
Sem comentários:
Enviar um comentário