Em cada instante um novo
instante
Ponte suspensa de cada
espera.
Aceno de braços de quem
chama
E se confunde no eco e na
margem
Em breve sorriso percorrida.
Em cada fala a mesma fala
Nos soletrados passos da
demora
Que o regresso adiado se
desforra
Como semente infectada de
memória
Na contra-mão de cada passo
O mesmo passo. Quiçá o
desembaraço.
Ou o engano que se guarda em
brio
Como se colhe rebelde laço
fugidio.
Manuel Veiga
11 comentários:
Às vezes, na contramão
Segue-se certo, o caminho
Seja por tino ou alinho
Com o meio, na ocasião.
Não há certo sem senão,
Senão o sabor do vinho
Seria ao nosso vizinho
Na mesma degustação,
Teria uma paridade.
Tudo é mentira e verdade
Dentro do mesmo universo.
O importante é a liberdade
Que termina quando invade
A liberdade de um verso.
Grande abraço. Laerte.
em cada passo o enlaço...
e o cruzar de caminhos por um abraço.
gostei muito
Mas não há contra-mão no poema, há mão de Poeta.
Excelente, como sempre.
Um abraço.
Um belo poema ao som do Zé Mário.
Magnífico!
bjs
Sim, troquemos as voltas. Sente-se na sua expressão poética uma convulsão, uma busca que entendo permanente. Gosto.
Beijo.
Em cada fala a mesma fala
Nos soletrados passos da demora
Que o regresso adiado se desforra
Como semente infectada de memória
Como sempre, destaca-se o que mais toca!
Tudo belo, Manuel, parabéns.
beijo, amigo.
Amigo Manuel,
Este belo poema é um ensaio filosófico,
a vida tem seus próprios ritmos que
cruzam os vários caminhos na mão e
contra-mão do "destino" (?)...
Os passos no compasso do coração
sempre levam para a música da vida!
É um imenso prazer ler-te novamente.
Abraço de admiração, Poeta.
o Poeta gosta de andar em contra mão
mas em compasso de vocábulos e metáforas
gostei!
beijinho
:)
Parece-me ter ouvido o Poeta
em contramão (exposto)
no instante na fala no passo
- faz o que eu digo porque faço
eu escapo ao laço
Abraço.
E vamos desenlaçando os passos porque é longa a espera, e sem desforra é vida recuperada num "aceno de braços de quem chama/ e se confunde. E seguimos nessa espiral...
Quem sabe faz a hora, caro Manuel.
Forte abraço,
Para lá do conteúdo, neste poema, realço a rima interna que imprime movimento e acompanha a ideia sobre a qual trabalhaste.
Parabéns pela versatilidade da tua escrita.
Bjo
Enviar um comentário