Escultor de paisagens o
tempo. E estes rostos
São agora sulcos a
reclamar colheitas
E as mãos arados. E os
punhos erguidos
O som das fábricas.
Perdidas
Na voragem dos dias
Infecundos.
E no entanto esta torrente.
E esta fonte
Que desce em cascata de palavras
Verbo que se faz carne.
E ferve
Nos peitos a latejar
Rubros cravos
E bandeiras.
Nada é definitivo quando
a rocha
Se abre ao fogo. Nem a
memória
É fatuidade de um beijo.
Nem a Revolução um gesto
Inacabado.
Mas sim um poema sinfónico
Passo a passo a arder por
dentro
Uma cadência sem idade.
E é este aguilhão e este
alvoroço
E o rosto magoado deste
Povo
A inscrever um tempo
novo
Letra a letra
Liberdade.
25 Abril Sempre!
Manuel Veiga
21 comentários:
Não tomemos, pois, nada por definitivo. Façamos abril acontecer, sempre.
Abril sempre mais que memória.
Abraço
Sempre, sim!!!
Voltarei para mais detalhes, sobre a construção poética.
:)
É a voz de um povo. De mágoa e esperança. Energia, ritmo é alma.
Poema e melodia num só corpo.
Bravo, poeta!
Abraço arrochado.
Energia, ritmo e alma.
O espírito de Abril não morreu, não.
ABRIL E LIBERDADE, SEMPRE!
Fraterno beijo
Definitivo foi aquele dia 25 que nos devolveu a esperança e a liberdade.
Um abraço fraterno
"E no entanto esta torrente. E esta fonte
Que desce em cascata de palavras
Verbo que se faz carne. E ferve
Nos peitos a latejar
Rubros cravos
E bandeiras."
Maravilhoso poema, meu Amigo. Nada é definitivo, é verdade. A liberdade tem que ser conquistada dia após dia...
Uma boa semana.
Um beijo e vamos continuar Abril.
"É preciso estar atento e forte". Convém não esquecer que a a simples previsão do roteiro salva a procissão... Não queremos ser boiada!
Forte abraço, poeta!
Pura emoção estética, o acto de te ler!
Que floresça, sempre!
Beijo
Poema sublime a lembrar Abril
"Corpo renascido, canção
Toco-te e respiras
Sangue do meu Sangue..."
a palpitar (ainda e...sempre).
Um caloroso abraço, meu Amigo, neste dia especial
A força de um poema, no qual as palavras são gestos;
são movimentos a abrir a história, a memória e a
construir a sinfonia da música da liberdade em
constante renascer...
"Nada é definitivo", um processo constante de reconstruir.
A voz do poeta traz a memória, de todos os rostos:
"Estes rostos
São agora sulcos a reclamar
Colheitas
E as mãos arados. E os punhos erguidos
O som das fábricas. Perdidas na voragem dos dias
Infecundos."
A emoção na escultura da alma de um povo, na inspiração de
um Poeta que espelha este povo:
"E o rosto magoado deste Povo
A inscrever um tempo novo
Letra a letra
Liberdade"
Este poema vai além de uma beleza inscrita na excelência
poética. Este poema evoca emoção, pura emoção!...
Um poema assim, realiza qualquer poeta no processo
com a Poesia (do escrever e não da asneira de fama...).
Um poema completo no seu corpo-poesia: inspiração, beleza,
excelência e emoção.
Apreciei imensamente e mergulhada na emoção em toda a
leitura. Desculpa pela a extensão do comentário.
Beijo.
Manuel, meu amigo,
Esqueci de mencionar a beleza do vídeo-música em sintonia
perfeita com o poema.
Apreciei tudo emocionada!...
abril em portugal
já a longa noite esmorecia
quando na alvorada em flor
se fez liberdade num só dia.
e os anos passaram
e as promessas ficaram
e abril não se cumpriu
mas há-de-se lá chegar
pelo povo
pela terra
pelo mar
ou por amor
na liberdade, justiça, igualdade.
(ainda a tempo, neste dia)
Uma rocha que se faz no vermelho
do dia a dia em cravos de persistência
Cantemos pois a Liberdade
poema heróico de muitos versos
Cantemo-lo com a força da verdade
Abraço, amigo.
Nada é definitivo. Mas enquanto é...
mergulhemos no aroma da festa em LIBERDADE!
Ah, o poema...
...fantástico, Agostinho!
bj
Fantástico comentário!
Parabéns, Agostinho! rss
abraço
O tempo e o homem.
O homem e a sua jactância.
A época e a ação do homem.
O homem e a urgência do seu canto, livre. Sempre!
Foi assim que fui percorrendo o teu belíssimo e emotivo poema, numa comunhão que comigo comunicou "letra a letra".
Aplaudo como aplaudo Abril!
Bjo, Manuel :)
Poema fantástico.
sempre a escrever letra a letra liberdade!
Brisas doces*
Lindo poema a enaltecer Abril!
Bj
Nada é definitivo... tudo tem sempre de ser mantido, aperfeiçoado e construído... a liberdade também...
Um poema brilhante, Manuel, para assinalar o Dia da Liberdade!
Parabéns! Beijinho
Ana
Enviar um comentário