A memória é imenso lago que nos devolve o rosto
Transfigurado. Pedra a desfazer-se
Depois das casas morrerem...
Itinerário de cinza
A despenhar-se
Por dentro...
Garganta apinhada e celeiro talvez
A explodir em pio de ave
Ou fissura por onde
O fogo arde
Ainda…
Manuel Veiga . in "Caligrafia Íntima"
Grato pela vossa presença
e o estímulo dos vossos comentários!
6 comentários:
Palavras deliciosas, transformando num poema
Abraço
Vou estar lá, na primeira fila.
Um beijo, meu Amigo.
A memória visita-nos sempre de modo diferente. Pode ser o amigo que conforta ou o inimigo que amofina; o alimento que sacia mas que também envenena.
Este teu poema, sustentado por palavras poderosas em significado (lago, pedra, cinza, garganta-voz-, celeiro, fogo), centra a relevância da memória no próprio ato de existir.
E, enquanto houver chama, o poeta não sucumbirá...
Um desafio este poema, a escrever-se em íntima caligrafia.
Gostei mesmo muito, Manuel.
Parabéns, uma vez mais, por este "Caligrafia Íntima", para o qual desejo pleno sucesso, assim como um evento lindo, com a presença de muitos amigos e amigas a partilharem o teu momento.
Bjinho, Manuel :) :)
Este pio de ave é mais uma bela nota em íntima caligrafia. E como eu gostaria de estar presente neste lançamento! É a distância que me impede.
Grata pelo convite.
Beijo e votos de sucesso, caro amigo Manuel.
Viva!
Parabéns e faço um brinde daqui à distância.
beijinho
Amigo Manuel Veiga,
Este belo poema (bom reler...) e o convite para o teu
livro, uma obra de arte, com a tua excelência poética
será um evento com sucesso e momento especial de Poesia!...
Bj.
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