Sob a copa dos
salgueiros abrem-se as águas
E nelas mergulhamos,
Lydia
Sem dor ou pena.
Somos barco e os remos.
E da fluida tarde
Colhemos o raio de sol e
o canto das cascatas
Em melopeia. Ébrios os
sentidos
E ávidos os dedos.
Todos os afluentes nos
chegam cálidos!
Celebremos, Lydia!
E cantemos a urdidura
dos mostos.
Gloriosas são as
espumas. E a vertigem das arribas
E o lago verde de teus
olhos – águas fundas.
E esta luz tardia a
debruar os corpos
E o fervor das bocas
E a polpa
Dos murmúrios.
Manuel Veiga
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Lydia é uma criação literária de Ricardo dos Reis
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