domingo, julho 30, 2017

CELEBREMOS, LYDIA


Sob a copa dos salgueiros abrem-se as águas
E nelas mergulhamos, Lydia
Sem dor ou pena.

Somos barco e os remos. E da fluida tarde
Colhemos o raio de sol e o canto das cascatas
Em melopeia. Ébrios os sentidos 
E ávidos os dedos.

Todos os afluentes nos chegam cálidos!

Celebremos, Lydia!
E cantemos a urdidura dos mostos.

Gloriosas são as espumas. E a vertigem das arribas
E o lago verde de teus olhos – águas fundas.
E esta luz tardia a debruar os corpos
E o fervor das bocas
E a polpa
Dos murmúrios.

Manuel Veiga
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Lydia é uma criação literária de Ricardo dos Reis 




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