Transbordantes linhas
que se afeiçoam
Na planura. E desenham o
perfil das colinas
A derramarem-se no sol.
Horizonte a arder
E o doirado quente da
lonjura
A finar-se no corpo
altivo
Da paisagem.
Ermitério e viagem. E
eco de passos-dança
Movimento rasante a
bordejar o voo das aves
E os longínquos sons
Ainda acesos.
E o borbulhar por dentro
esta emoção
Alada: sou este
terreiro.
E este feno.
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Sou esta ceifa
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Sou esta ceifa
E esta vindima
engalanada.
E sou este culto.
E este mergulho
inesperado.
Sou este mosto. Sou este
linho.
E sou a cúpula das
igrejas.
Sou poeira rolante:
poalha ardente
De meus passos.
E sou a rebeldia
Dos cardos.
Manuel Veiga
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