sábado, julho 28, 2018

ARFAR DE MOSTOS...


Ergo-me desta poeira
E das farripas de um tempo solto.

O horizonte é branco. Reflexo de cal
Nos olhos trôpegos e emoções alardes
Prenúncios que mastigo no declínio
Dos passos – arfar de mostos
E de fermentos recidivos! 

Sou esta litania de sons e cores
E esta procissão pagã de gestos!

Manhãs orvalhadas a alimentar
O frémito e a colorir afectos –
Pomares que teimam
Generosos.

Amoras pregoeiras 
E incautas bocas!


Manuel Veiga





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