Magnânimo o freixo e sua
sombra
E os braços erguidos, em
oração muda.
Magnânima a margem das
ribeiras
E as cascatas no
silêncio das montanhas.
Magnânimas as pontes que
não deslassam
E as pedras que ficam
pelos caminhos.
Magnânimo o toque das
igrejas e os altares
No olhar compassivo dos
incréus.
Magnânimo o voo das aves
e a vertigem
E todos os prenúncios
extraídos das entranhas
Magnânima a Lua e as
noites de Agosto
E a bebedeira dos
sentidos assim expostos
Magnânimo o ar que
respiramos e o pão
Dos pobres. E a sede de
todos os proscritos.
Magnânimas as almas
piedosas e o gesto pio
Na forca dos condenados.
Magnânimo o dia de ontem
e a gravidez do tempo
No coração dos homens.
Magnânimo o final da
tarde e piar do mocho
E rouco cântico do poeta
em sua humanidade.
Manuel Veiga
24 comentários:
O cântico do poeta em sua humanidade é magnânimo, sim. É uma sedução que nos torna peregrinos no labirinto dos seus versos.
Este poema é muito belo, meu Amigo!
Que bom teres voltado.
Um beijo.
Bom regresso às memórias vivas
Generoso o teu poema
Abraço
Posso?
sem cerimónia, Maria João.
gosto de te ver aqui
beijo
Minha mãe... que belíssimo poema, meu amigo!
Que bom vê-lo de volta, Manuel, e em grande estilo! Um dos mais belos poemas que li aqui! Emociona pela força que exerce, linda criação!
Beijo, meu amigo, bem-vindo.
Quando alguém regressa
Quando alguém pede licença
Quando alguém...
Magnânima a feliz circunstância
De reencontros mais que prováveis
Meu amigo Manuel, muito bom tê-lo de volta ao seu blog, trazendo-nos este magnífico poema de sua lavra. Gostei imensamente desse canto as dádivas vistas tão bem pelo poeta.
Parabéns, meu amigo.
Uma excelente continuação de semana.
Grande abraço
Pedro
E voa-se como as aves... Com tranquilidade pela beleza que se descobre quando se olha, se sente....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Maravilhoso de se ler.
(O blogue andou muito tempo sem dar comentar. Dizia que era para convidados) Daí a minha/nossa ausência.
Hoje; Melancolia anunciada.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta-Feira
Um hino ao melhor de nós. O poeta em seu esplendor!
Tenho tido dificuldade em entrar nos blogues.
Beijo, meu amigo Manuel.
Enquanto houver o cântico do poeta temos sempre esperança!
Realmente, o titulo, "Magnânimo o Voo das Aves", engloba toda a magia que perpassa pelo poema. Como é belo tudo o que nos rodeia e a sensibilidade do Poeta que com as suas palavras nos pinta um quadro de mil cores.
Abraço
Olinda
Como diz o homem do som, um, dois, três, experiência.
Tenho vindo aqui sem conseguir comentar. Por quê não sei... ainda...
Volto à noite.
"Magnânimo o final da tarde e piar do mocho
E rouco cântico do poeta em sua humanidade."
Concordo e digo que o cântico ficou perfeito,
sem dúvida magnânimo!
Mas, mesmo assim aproveito e
digo o que tenho no peito:
E bendito aquele que rasga as aparências
da roda que não roda - esconsa, velha,
corrosiva, da inveja beata!
Mais vale, pois, a malvadez de um desalmado
deitado borda fora à sarjeta dos não amados
livre das "conveniências" deste inferno.
Estive aqui na bola, mais que uma vez, e chutei de balde.
Por quê não sei.
Abraço, Manuel Veiga.
Caro Agostinho,
as invejas não me fazem mossa, estou habituado a elas desde muito novo rss
mas reconheço que tens razão : magnânimos, sim mas não parvos!
agradeço a visita e o comentário.
abraço
Peço desculpa por aquele descabido "posso?", Manuel. Estava mesmo convicta de que não poderia comentar com esta nova conta que mal sei usar mas que me vai permitindo não recorrer ao anonimato.
E perdi-me de amores por este poema :)
Abraço
Tudo pelo melhor
com o meu abraço
E quando percorrem os céus nos seus acrobáticos voos, o infinito é o limite. Que lindo poeta. Um abraca Manuel.
e de todas as luzes a que os homens se socorrerem
para das trevas escorraçarem medos, vieram os poetas,
na sua mais cândida pureza, transmitir em linguagem criativa,
as emoções que os sentimentos despertaram.
este poema brilhante remete-me para a obra de António Damásio,
"A Estranha Ordem das Coisas".
'Magnânimo', este contar...
abraço amigo
Claro que a vil, rasteira, ácida palavra in-ve-ja corrói; muito para lá da linha circunscrita do visivel no verso que a vista alcança. Não tem nada a ver com o teu poema, ou por outra, tem: são sentires de travessas e becos que se abrem na leitura.
Abraço.
julgo compreende-te perfeitamente, Agostinho!
e por aqui (nos) ficamos.
abraço, meu amigo
Caro Manuel,
Magnânimo... voo que afaga os leitores!... mas de olhos bem abertos!
Abraços, caro amigo!
Estivestes ausente.E comprova-se o que dizem dos 'relógios de pêndulo'_ extraem do tempo um estoque de palavras para depois liberá-las aos gritos,como esse magnânimo poema.
Que lindo!
E quanto ao'voo das aves',sabe-se que elas choram quando lhes faltam o mar.
Parabéns!
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