terça-feira, fevereiro 12, 2019

MEU NOME, MINHA GUARIDA


Meu nome é minha guarida
E o lar de meus afectos – e de alguns escolhos!
E o lugar donde espreito o Mundo.

E é espelho- mágico
Onde me revejo.

Por vezes, poderá mesmo ser capricho
De alagados mostos. Ou até flibusteiro.
Ou palhaço.

Meu nome é quase tudo. E no mesmo lance
Meu nome é nada.

Porém - garantido está! - jamais
Será passadiço. Leilão. Ou servo.
E muito menos
Faz-de-Conta.

Ou jogo! ...


Manuel Veiga


8 comentários:

Ulisses de Carvalho disse...

"(...) À parte isso, tenho em mim
Todos os sonhos do mundo (...)"

Álvaro de Campos

José Carlos Sant Anna disse...

Sem transigências e para que não haja equívocos. "Sou o que sou", rss.
Já o leio, faz algum tempo, para além das palavras "escritas" porque sei que a poesia aqui é "o caminho da libertação da condição desumana em que a sociedade encerra os espíritos livres".
Um forte abraço, caro poeta!

Larissa Santos disse...

Um poema adorável:))

HOJE, DO GIL ANTÓNIO :- Cintilantes olhos verdes

Bjos
Votos de uma óptima Noite.

Olinda Melo disse...

Um orgulho muito bem direccionado, Manuel Veiga. O nome é o que temos de verdadeiramente nosso. A nossa casa, a guarida, como muito bem diz.

Abraço

Olinda

Teresa Almeida disse...

Manuel Veiga, concordo que o nome é "lar de afetos". E envolve-nos numa aura singular.
Mais um poema com a tua identidade. Um poema de quem se sente bem na sua pele.
Parabéns. Gostei muito.

Beijo, meu amigo.

Jaime Portela disse...

Um nome pode ser tudo, na verdade, mas convém que não seja "passadiço, leilão ou servo. E muito menos Faz-de-Conta. Ou jogo!".
Excelente poema, gostei muito.
Caro Veiga, continuação de boa semana.
Abraço.

Agostinho disse...

"Meu nome. Minha guarida".
O título do poema encerra por si a verdade insofismável para que a existência se realize. As coisas existem pelo nome ou o nome existe pelas coisas. O Poeta faz a afirmação da sua fé sem margem para equívocos na poética que o distingue, bem.
Contudo, acrescento com descaro o lado real que mina os direitos, que "JUSTIFICA" a composição. Vivemos no Mundo dos equívocos em que o Homem, a sua maioria, nem essa condição básica do NOME lhe é reconhecida, resumido que é a número estatístico.
Abraço.

vida entre margens disse...

Gostei dessa forma de sentir a identidade...
Grata pela visita e pela Poesia sempre ao mais alto nível...

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...