Colhe
o poeta a cor do sonho na paleta
Com nuvens que sob onírica dança se desenha
E
na abertura dessa entrega, sem saber
Se
sai ou entra, o azul ao longe...
Advinham-se
corpos irreais em transparência
Reclinados
sobre colchas sem memória
Como
sombras pressentidas na luz imensa
Que
o dia clama...
Talvez
crianças caprichosas ou velhos faunos
Desfaçam
a leve renda ou a subtil brisa os descubra
Desnudados.
Sem culpa e sem remorso.
Bárbaros
e puros...
Talvez deste lado da paisagem onde beijos correm
Como
ondas e os dedos do poeta se deslassam
Nas
carícias, a cor capriche
No
tempo breve. E
na suave tarde
Os
corpos reinem...
Manuel
Veiga
5 comentários:
Um excelente poema:))
Hoje:- Anunciando a Primavera.
Bjos
Votos de uma óptima noite
O tempo é sempre muito breve mesmo num poema!
Abraço
"Que os corpos reinem" é proposta séria, porque só dessa forma se apaziguam as contraturas da vida, "sem culpa e sem remorso".
Um poema que encontro muito belo, cheio de subtilezas a convidar à aventura da descoberta.
Não posso deixar de agradecer-te as considerações deixadas em "O que é a Vida". Acrecentaram o meu modesto trabalho. Há comentários de amigos, como saberás, que refletem a leitura atenta. Outros nem por isso, não por culpa própria, mas por culpa da velocidade a que as pessoas se deixam animar. Não sabemos ainda bem quais as consequências da velocidade da luz para a carcaça humana... Provavelmente os falcões estarão muito mais preparados para as manobras apertadas dos nossos dias.
Abraço, MV
Talvez...
Excelente poema, como sempre.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.
Este é um dos poemas em que cada verso nos projeta mais além, qual pintor que se revela e se metamorfoseia. É uma bela tela que abre caminhos.
Beijos.
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