Na suavidade da
pele a caligrafia de todos os nomes
Letra a letra.
Urdidura dos lábios no percurso
Da sede. E
desmesuradas línguas
Notas de um
piano a arder na combustão dos corpos
E clandestinas
grutas. Como chamas.
Declinamos o
tempo no encantamento dos olhos
A derramarem-se
por dentro na doçura do rosto
E no sinfónico
movimento.
E na
incandescência alada dos murmúrios
Assim libertos –
grito sustido
No âmago.
A explodir
desmedido
Qual poema
líquido.
Manuel Veiga
9 comentários:
Um luxo de poema, meu amigo Manuel!
Gostei demais, sei que a criação do poeta que não tem fim...
"Declinamos o tempo no encantamento dos olhos
A derramarem-se por dentro na doçura do rosto
E no sinfónico movimento."
Um ótimo fim de semana!
Beijo
Um poema excelente:))
Hoje:- Quem me dera voar nas palavras de alento. [Poetizando e Encantando]
Bjos
Votos de uma óptima Noite
Ola Manoel,
Um poema denso e profundo, destaco:
"E na incandescência alada dos murmúrios
Assim libertos – grito sustido
No âmago."
Seguindo seu blog e grata por seguir o meu !
Saudações!
Gostei de ler.
"Notas de um piano a arder na combustão dos corpos
E clandestinas grutas. Como chamas."
Maravilhoso.
Um abraço e bom fim-de-semana
Que dizer de um poema que convida o leitor a urdiduras várias, seguindo percursos incandescentes, num crescendo rumo a um momento preciso em que o poema se cumpre? E o interessante é que ele ganha em intensidade à medida que a desmesura das sílabas se minimiza e apresenta-se tão-só no seu 'âmago/ a explodir desmedido/ qual poema líquido'.
'Ces petits riens' concorrem directamente com o seu poema, meu amigo, porque mesmo sendo pequenos-nadas eles também pretendem representar 'le tout'. :)
Muito obrigada, caro Poeta, por estes belos momentos.
Abraço
Olinda
A deliciosa e sensual combinação de palavras celebra sentidos e sentimentos...como melodias que aquecem e toques que rastreiam o frêmito dos corpos.
Bom domingo, poeta.
Beijo,
Genny
Voz doce, passo leve e sofisticado acompanham um poema escrito na sede e no deslumbramento da comunhão dos corpos. Um poema em crescendo que se liquefaz em apoteose.
Beijo, amigo Manuel Veiga.
Nas linhas intensas do poema, a comunhão... é pela palavra que o sujeito acede ao corpo e sacia o desejo como "um poema líquido"...
Um abraço, caro amigo Manuel!
Tão belo o seu "Poema Líquido", no amor e paixão que envolve os corpos sedentos.
Um beijinho, Manuel, e uma boa tarde.
Ailime
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