Quando for grande quero
ser um poeta
Imensooooooo… E um senhor
bem-posto!...
(Está mais que
visto!...)
E hei-de cantar (e voar) como os
passarinhos
E serei pintor de arco-íris
festivos…
E de porta em porta e
por todas as esquinas
Andarei a apregoar meus
préstimos
De almocreve de
metáforas e pintor
De sonhos coloridos…
Mas por enquanto, não! Por
enquanto,
Colho todas as cores
tresmalhadas que guardo
Na minha caixa de
milagres. E deixo
A macerar em fogo aceso
Até ao branco mais puro…
E, então, nessa brancura
alva, derramo
Minha alma nua. E ergo
(a preto e branco)
Uma flor de cacto, que
fenece
Como nasce – num murmúrio!...
Ou, porventura, uma
prece!...
Manuel Veiga
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