quarta-feira, dezembro 04, 2019

SOU ESTE CAIS...


Na quilha dos barcos um rumor
De águas venturosas. E uma canção sem nome
No ritmo das marés…

Nada perturba o arfar das rotas
Nem das metas…

Sou este cais em que aporto
E esta ilha de corais festivos. A luzirem
Alvoroçados…

E esta espera de azul vestida
E sou a chegada inesperada

Pagão cativo de teus braços…

Manuel Veiga

10 comentários:

Olinda Melo disse...


Uma metamorfose constante que se opera no Poeta para quem, como nós, se deleita no alcance que as palavras podem atingir na Poesia e na vida.
Um cais, ponto de chegada e de estada em festivos aportes de rotas e metas bem definidas.
Uma espera ansiada e premiada, em doces liames de puro enlevo.

Caro Manuel Veiga, mais um belo Poema que nos situa no lado solar desta nossa caminhada.

Abraço

Olinda

Boop disse...

E aqui fiquei eu a pensar. Que ser cais tem este peso tremendo de não se poder mover. Apenas esperar, e receber. Para depois ver partir. E de repente não quis ser cais (que sei ser por qualidade ou defeito para muita gente), e quis simplesmente ser ave em mar aberto.

Tais Luso de Carvalho disse...

Um pouco atrasada nas minhas visitas, poeta! (rss)
Mais um tesouro de tua criação poética maravilhosa!
Precisamos agora é de mais poesia para acalmar o espírito de tantas lutas que surgem nesse mundinho de atritos. É mergulhar na poesia para não esquecermos dos bons sentimentos.
Aplausos, meu amigo Manuel!
Beijo!

"Nada perturba o arfar das rotas
Nem das metas… "

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Tao belo este poema!
Um cais que alberga o amor.
Beijinhos,
Ailime

lis disse...

Somos sempre 'cais' a espera _seja de um mundo melhor ou de um sonho qualquer.
O que importa é que nunca falta os embarques e desembarques às suas margens.
Belo poema Mveiga

Jaime Portela disse...

Para ler e reler.
Excelente poema, caro amigo. Mais um, onde o talento poético é notório em cada verso.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.

Marta Vinhais disse...

Todos temos um cais... onde esperamos, onde nos escondemos...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Teresa Almeida disse...

Este poema é tão festivo que parece uma premonição. Só pode haver festa no cais! Eu sou dos que se congratulam e brindam à tua chegada gloriosa.

Grande abraço.

Ulisses de Carvalho disse...

Pois que (con)viver é muitas vezes estar sobre um barco: às vezes em águas mansas, de lagoas, às vezes na imensidão revolta de um oceano. Com essas águas aprendemos sempre um pouco mais para seguirmos adiante, a vida mais vivida é barco solto! Abraços.

Agostinho disse...

Muito belo, caro MV. Cais e barco reunidos para cumprir um desígnio existêncial.
Abraço.

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