Em
nevoeiro de enganos e prodígios.
A
plangência do salgueiro sobre o lago
E
o discreto marulhar das águas …
Como
se o poeta fosse passagem
Clandestina.
Ou salvados de tormenta.
Ou
uma canção anónima
Sibilada
…
E,
no outro lado da paisagem,
Onde
os olhos doem de tanto verem
Um
eco evanescente
E
a nudez nua da Verdade …
E
“o manto da Fantasia”
A
cobrir a impudicícia das estátuas
E
sua nudez fria …
E
a oferecer a incautos olhos.
Diáfano
tule! – o angélico seio
Da
Virtude.
Manuel
Veiga
14 comentários:
Sob a luz intensa deste poema, vivo e observo o "viver" das estátuas para alcançar "o angélico seio da virtude". (E como se agigantam sob esta luz intensa!). MV - a marca do Manuel está incrustado no poema!
Um grande abraço, meu caro poeta!
Un Bellisimo poema, ojos incautos que miran al amado,como si no existiera un mañana.
Todo es mágico a su lado, sin pensar ni ver lo que rodea su interior
Y la desnudez desnuda de la Verdad ...
Un abrazo Manuel
Será que a " letra é excessiva" sempre? Penso que depende da palavra que letras juntas formam. " Verdade" é necessária, urgente neste nosso mundo onde a " fantasia " se vive em demasia, onde os enganos nos aparecem a qualquer momento, onde o receio de nos desnudarmos de qualquer artificio impede que vdjamos as coisas como elas. Temos, sim, muito medo de sermos verdadeiros, medo de dizermos um não, medo de que nos apontem o dedo por termos como lema de vida, a verdade, a nossa e também a que vemos nos outros. Politicamente correcto tem letras a mais, cada letra, para mim é " excessiva; correcto basta! Verdade sempre! Cada letra destas palavras é necessária : não ha uma sequer que seja excessiva. Manuel, ha muito que não vinha aqui e peço desculpa por isso, mas, finalmente cheguei e, como não podia deixar de ser, li tudo o que tinha perdido. Aqui, nestes belos poemas nada é excessivo; tudo perfeito, mesmo que digam que perfeição não existe. Parabéns Amigo e saúde, sempre, para ti e para os teus. Um abraço
Emilia
Em dia de nevoeiro ou tempestade, as estátuas
também me parecem patéticas.
Poema expressivo, construído com belas metáforas.
Gostei de apreciar. Bj
~~~
Gostei de ler.
Abraço
Um poeta de luz. Jamais um poeta estático.
Que vê para lá de uma neblina.
Fascinada.
Bjs
Megy Maia
Agora vamos corrigir...vejamos as coisas como elas são
Desculpa as letras mal colocadas
Emilia
O salgueiro e o lago fazem parte da tua paisagem poética. Desta vez "um manto de fantasia cobre a impudicícia das estátuas", mas como verdadeiro astista deixas a descoberto a chave da tela.
Mais um poema bem urdido, caro amigo Manuel!
Abraço amigo.
"... a nudez nua da Verdade...", fico pensando nesse verso que pode parecer algo redundante, mas, na verdade, conter algo mais propositadamente exposto, como são muitas vezes as verdades, expostas! Um abraço.
Verdade e Virtude.
Duas palavras que constituem
quase um caminho recusado. No decurso das
nossas vidas encontramo-las, por vezes, não cobertas
por diáfano tule, mas totalmente mascaradas.
E as estátuas, na sua nudez, talvez nos mostrem a via
mais consentânea aos ideais em que somos pródigos.
E o olhar do Poeta, sempre atento. Com o seu talento,
oferece-nos este Poema para deleitosa leitura e tema de
reflexão.
Obrigada, Caro Manuel Veiga.
Abraço
Olinda
Vi, li, gostei, fiquei! Apareça lá no meu cantinho! AbraçO!
Na vida caminhamos vestidos de fantasia. Possa a realidade factual dos nossos atos vestir-nos com "a nudez forte da verdade."
Saudações poéticas
Juvenal Nunes
Dulcilóquo
Excelente. Parabéns pelo talento poético que as palavras revelam, apesar de nevoeiros e mantos de fantasia, incapazes de esconderem uma inspiração nada clandestina, porque é pública e notória.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.
A nudez das estátuas... com a sua imutável virtude... púdicas... não se escondem, nem precisam de o fazer... afinal expressam verdade e perfeição aparente... no reino da fantasia de quem as idealizou...
Mas as verdadeiras virtudes... não nascem de um pedestal... nascem e sobressaem do lodo... como os nenúfares... e talvez por isso, eles as simbolizem melhor... no meio do nevoeiro...
Belíssimo, este marulhar poético, por aqui...
Beijinho
Ana
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