domingo, janeiro 26, 2020

Húmus. Ou Prece...


Fervor do sangue sob a pele               
Em direcção ao Sol
Gregoriano
O Cântico.

Matriz de água a dissolver-se.
E frémito. E húmus. Ou prece
Em que poeta
Arde.

Ou um hino
Longe do tempo…


Manuel Veiga 

14 comentários:

Margarida Pires disse...

Seu poetizar enlouquece - me com o seu escrevinhar.
Belo e imensamente metafórico.
Cumprimentos,
Megy Maia

Boop disse...

Sabes que ao ler o primeiro verso deste poema li "Ferror". Bem sei que é uma palavra que não existe mas a mim remeteu-me para o sabor férreo do sangue, o que não retirou de todo sentido ao poema. Torna-o mais mais visceral, apela a um prazer primário, oral, como uma busca privada de vida neste poeta que arde.
Pronto...
Tenho de ir corrigir a graduação dos meus óculos....
:)

Manuel Veiga disse...

a sério, Megy Maia? o meu "escrevinhar" faz esse maldade?
veja lá se posso ser útil, pois não quero que enlouqueça ...

não vai pedir-me para deixar de escrever, pois não?

Manuel Veiga disse...

Credo, Boop!

vê essas coisas todas no meu poema? não acredito!...
talvez a solução passe, como diz, por mudar de lentes..

Graça Pires disse...

Longe do tempo. Em gregoriano canto O húmus a alimentar as palavras mais belas…
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

Corre-se atrás dos vestígios dos passos sem saber distingui-los. Mas se sabe que ao poeta o que importa é saber a potência da sua fala no calor da hora em arde!
E vai a sua poesia palmilhando o seu destino em qualquer canto e canto!
Um abraço, meu amigo Manuel!

Elvira Carvalho disse...

Um exemplo de como se pode encher a alma com meia dúzia de versos.
Abraço e uma boa semana

Ana Freire disse...

Intenso... primordial... e puro... este belo cenário poético que nos remete por analogia, para a essência da vida...
E a poesia passa por isso mesmo... trata da essência da vida... qualquer que seja a sua forma...
Extraordinária, esta versão concentrada, do seu grande talento poético, Manuel! Parabéns! Adorei cada palavra!...
Ana

Teresa Almeida disse...

Apreciei que o teu fervor poético se elevasse ao som do canto gregoriano.
Cavas fundo, amigo Manuel!

Beijos.


Maria Rodrigues disse...

Um poema tão belo como o é um canto gregoriano e que tanto adoro ouvir.
Beijinhos

Genny Xavier disse...

Prezado,
Bom revisitá-lo também depois dos dias de silêncio para meus escritos e leituras...fatos da vida as vezes nos obrigam paradas...
Como sempre, teus versos dispensam muitos comentários e aguçam tantas reflexões...melhor sentir a poesia fecunda que de tuas palavras brota e viceja.

Beijo.
Genny

Majo Dutra disse...

Cantas o fervor de um poeta crente, com coro gregoriano?!...

Se não crês, por que usas a expressão 'credo!'?

O poema está interessante e diferente do teu registo
habitual: cheio de maiúsculas...

Abraço
~~~

Olinda Melo disse...


Tempo suspenso no tempo, com a sucessão do tempo longo traçada pela
linha do cantochão. E tudo com a cadência telúrica de uma prece em
que a Poesia acontece.

A minha admiração, caro Manuel Veiga.

Abraço

Olinda

Agostinho disse...

Parece-me ter andado aqui
entre húmus e preces
Certamente subiu ao céu
E eu

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