sábado, janeiro 11, 2020

POEMETOS - Rudeza(s)


1.

Da decepada flor, a rudeza do golpe
E a finíssima dor. Dedilhada
Uma a uma em cada pétala…

E o fervor da seiva...

2.

Sou a rudeza do verbo
E a brandura do cetim. Serei linho
De muitas voltas. Sempre
Que o queiras de mim…

Manuel Veiga



15 comentários:

Ninfa Azul disse...

Bello poema,para empezar el año nuevo que te deseo prospero y feliz.
Un abrazo Manuel

Majo Dutra disse...

Teus grandes poemetos transbordam pura poesia.
Lê-los e senti-los foi um privilégio.
Bom fim de semana, Manuel.
Abraço.
~~~
Ps - Regressando das minhas férias de Natal...

José Carlos Sant Anna disse...

E o poeta soltando o verbo depois de tecido em linho (coisa fina, meu senhor) em dois poemetos de fina linhagem.
Um abraço, meu caro poeta!

manuela barroso disse...

A pétala e a seiva
Ombreiam na perfeição com teu “linho- acetinado “
Cada vez mais belo
Beijinho Manuel

Marta Vinhais disse...

E tudo renascerá....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Teresa Almeida disse...

"sempre que o queiras de mim." é um verso marcante a rematar um poemeto invulgar e muito belo.

Beijinhos, caro amigo Manuel.

Tais Luso de Carvalho disse...

Adorei "Rudezas", meu amigo Manuel! Poetas são assim, um pequenino poema conseguem dizer o essencial. Diferentes são os romancistas, os contistas, cronistas... por mais que sintetizamos, que enxugamos um texto (como dizemos aqui), não conseguimos dizer tudo.


Sou a rudeza do verbo
E a brandura do cetim. Serei linho
De muitas voltas. Sempre
Que o queiras de mim…

Uma ótima semana, meu amigo!
Gostei muito!
beijo

Elvira Carvalho disse...

da destruição e da morte inevitável da flor decepada, a esperança do último verso. Renasce a esperança.
Abraço e uma boa semana

Graça Pires disse...

A tua poesia tem imagens e ritmos que chegam a ser desconcertantes de tão belos…
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

Pedro Luso de Carvalho disse...

O Poeta abre o ano de 2020 homenageando-o com seu lirismo (1.) e com seu metapoema (2.), em “POEMETOS – Rudeza (s)”. A beleza faz-se presente em ambos os poemas, resultado do inegável talento do Poeta. Duas belas obras poéticas. Parabéns ao Poeta e amigo Manuel Veiga.

Gosto muito, Manuel, de Nina Simone e da sua interpretação de “My baby”, como gosto de tantas outras músicas do seu repertório, como, por exemplo, “Moon over Alabama”.

Que a inspiração esteja sempre presente neste NOVO ANO, caro amigo Manuel.

Um abraço.

Pedro

Olinda Melo disse...


Da decepada flor à maciez do linho há um mundo de encantamento que o autor nos leva a entrever. E, não há volta a dar, temos o Poeta num dos seus melhores momentos, envolvendo-nos com as suas talentosas palavras.

Dois poemetos excelentemente interligados, que nos fazem amar ainda mais este género literário que é a Poesia.

Abraço, caro Manuel Veiga.

Olinda

Maria Rodrigues disse...

Rudezas que tocam o nosso coração de leitores.
Belíssimos poemetos.
Um grande abraço
Maria

Margarida Pires disse...

Palavras efémeras. Deliciosamente belas.
Muita gratidão e luz no coração.

Ana Freire disse...

Rudezas!?!?... Estas grandes inspirações em versão concentrada... são puras delicadezas!...
Pura excelência... servida em modo gourmet!... Adorei, Manuel!!! Melhor seria impossível!...
Beijinho
Ana

Ulisses de Carvalho disse...

Gosto muito quando com pouco dizem muito! Uma concisão de palavras cheias de significados. E Nina Simone foi, na minha opinião, uma das maiores cantoras que já passaram por este mundo! Um abraço.

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...