sábado, junho 13, 2020

UMA GRANDE FARRA!...



Uma sardinha, muito fresquinha, com a barbatana a puxar-lhe para a brasa:
- “Saltamos? P´ra grelha, saltamos?...”

E o chicharro fora de prazo, mais mole que um manjerico murcho, porém muito enfatuado, mui cauto e mui sábio: - “Não confio na tua máscara. Só se fores enlatada…”

E riu muito. O alarve…

Um vírus, que por ali passava, já chateado com tanta pandemia, saltou então para a espinha da sardinha. E comeu-a!...

E chamou-lhe “Lampreia”!... E quem acabou por ficar confinado foi ele, aquele vírus danado…

Santo António, que andava por ali desempregado, achou muita graça à estória e … casou-os! Ao vírus com à sardinha, agora promovida a Lampreia!...

- “Milagre!Milagre!... - gritou  a maralha, no meio da praça, sem ponta de turista estrangeiro…

Enfim, uma grande Farra! …

Manuel Veiga



12 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Viva a ironia e um saudável bom humor. Ri com gosto
Para o ano..... "divorciam-se", e haverá uma renovada "farra", lol

Cumprimentos
Bom fim de semana

Elvira Carvalho disse...

Subscrevo o comentário do Ricardo.

Abraço, saúde e bom fim de semana

Olinda Melo disse...


Ahaha!

E viveram felizes para sempre. O vírus e a sardinha.
Uma grande farra, realmente. E o pobre chicharro,
coitado, mole e fora de prazo...

Manuel Veiga, não pude deixar de rir. Admiro o seu
sentido de humor e a sua verve.

Abraço
Olinda

Cidália Ferreira disse...

ESte ano, ficamos apenas pela poesia alusiva ao dia! Nada mais
-
No seu descanso...e até pró ano ...🍀

Beijos e uma excelente Fim de Semana. :)

Maria João Brito de Sousa disse...

Pelo sim, pelo não, vivam também as velhas sardinhas enlatadas da manutenção militar ;)

Abraço, Manuel!

Teresa Almeida disse...

Vem mesmo a jeito a tua divertida publicação:
uma farra em tempo de santos populares. Já que não vamos à sardinhada come-se lampreia.
A culpa é do vírus que nos virou do avesso.

Gosto de sardinhas e de umas boas gargalhadas.

Beijos, amigo Manuel.



José Carlos Sant Anna disse...

E a tua verve,
e o teu humor,
e a tua ironia,
e o sabor
da tua linguagem
como um vírus
nos corrói
sem pudor!

Um abraço, caro Manuel!

Tais Luso de Carvalho disse...

rssss, bem que isso podia acontecer, hã?
Ficariam os dois ali, casados para sempre e o vírus não encheria mais o saco de ninguém, acabariam-se as quarentenas e todos voltariam a viver alegremente!
Uma história bem bonitinha...rss

Beijo, meu amigo! No meio desse caos é bom sonhar.
Uma boa semana!

Graça Pires disse...

O teu humor carregadinho de ironia fez-me rir e pensar meu Amigo Manuel...
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

Boop disse...

A festa faz-se nem que seja nos versos!
:)
Viva Lisboa!

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Admirável o seu texto irónico e carregado de humor.
Deixou-me a sorrir e vamos ver para o ano se houve divórcio como disse o Ricardo.
Todos esperamos que sim!
Beijinhos e continuação de boa semana, com saúde.
Ailime

Agostinho disse...

Soube-lhe a quê, a sardinha ou a lampreia?
Não sabemos é se repetiu, mas MV saberá.
O Santo, tinha de aparecer. Era dia de se fazer notar.
Bela aventura. Início de ensaio de desconfinação?
Abraço.

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...