quinta-feira, dezembro 10, 2020

PICTOGRAMA(s)

 

Flor rupestre

Alcandorada na vertigem

A irromper da rocha

Festiva.

 

Incisão alada a desprender-se

Indelével movimento

Sobre a pedra

Nua – a flor

E a brisa.

 

Cópula de sol

A rodopiar. Em redor

Abrupta glória

Quase chama –

Raiz e Ilha.

 

 Manuel Veiga



9 comentários:

Jaime Portela disse...

Há flores felizes...
Um poema excelente, com a marca de qualidade habitual.
Bom fim de semana, caro Veiga.
Abraço.

Elvira Carvalho disse...

Um excelente poema.
Abraço e saúde

Teresa Almeida disse...

A flor rupestre surge nua em cumplicidade com o sol. A brisa beijou-a e o poeta soube glorificá-la.

E eu louvo a apoteose da palavra.

Abraço e saúde, meu amigo Manuel.

Juvenal Nunes disse...

Valorizar a celebração da vida, mesmo que em meio ermo e agreste, é sempre um ato louvável.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso poema!! :))
--
Nos labirintos da minha alma.
-
Beijo e um excelente fim de semana.

Maria disse...

Palavras apaixonadas muito bem descritas com esse maravilhoso desconhecido, é uma criação do esplendor de sua alma.
Bom fim de semana , desejo que você esteja bem e sempre muito feliz.
Muitos abraços com carinho


Graça Pires disse...

Raiz e ilha é o teu poema, meu Amigo, das palavras quase chama, quase flor...
Continua a cuidar-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

Olinda Melo disse...

"Raiz e ilha" - lugares de todas as emoções, num desenho
pictórico construído com palavras de grande intensidade.
E a flor rupestre, penso, não almejará nenhum outro destino.

Gostei muito, Manuel Veiga.

Beijo

Olinda

Tais Luso de Carvalho disse...

Meu amigo Manuel, teu primeiro verso me traz à lembrança de uma pequena flor que não vi nascer no rochedo, mas a vida emergir do asfalto, cru, poluído, maltratado onde os automóveis passavam e ela ali, na beira do caminho. É, "no meio da estrada tinha uma flor". Lembro que paramos o carro, tive vontade de tirá-la dali, mas seria sua sentença de morte. Então ali ficou e fomos embora.
Lendo seu belo poema, lembrei daquela minha florzinha, com uma garra enorme para viver...só fiquei com pena em deixá-la. Se nascesse na rocha, eu a teria visto com outros olhos.
Beijo, uma boa semana.

"Flor rupestre
Alcandorada na vertigem
A irromper da rocha
Festiva."



ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...