Antes do magma. Nesse eterno lugar,
Mero enunciado das coisas
E todos os nomes.
Nessa órfica placenta, onde
Se desenham todos os rostos
E a linha das mãos é arbítrio
E precoce carícia...
E todas as coisas fluem
Em sua mútua simpatia
E singular gesto de se enunciarem
Nesse mundo orquestrado
Na usura de absolutos silêncios
E ignotos territórios ...
No infinito-presente
De todas as singularidades
Ergues-te do barro e te sublimas
E explodem, então, todas as cores
E se fecundam solares
Todos prenúncios
E te digo Sibila. E te nomeio depuradora
De essências, em mar de miasmas…
Como se foras, mais que fantasia, poema.
E amorosa invenção minha.
Manuel Veiga
16 comentários:
Num mundo orquestrado por vontades de dúbias intenções, falsidades e mentiras, é bom encontrar na poesia o bálsamo para dores e mágoas.
Achei enternecedora a frase final, ou melhor, o último verso deste seu poema.
A 'amorosa' invenção do poeta. Tão bonita essa forma de terminar um poema.
Um abraço, bom domingo.
Um admirável poema, de rara inspiração, caro Manuel.
Um tema atraente tratado com rara beleza.
Parabéns, Poeta!
Um boa semana, amigo Manuel Veiga!
Grande abraço.
O que seríamos sem a doce fantasia para abrir a alma??
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Amorosa invenção tua, sim. Os teus poemas estão cada vez mais belos e profundos, meu Amigo!
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Que arranjo poético em que se nota a simbiose entre o sujeito enunciador e o objeto do seu discurso, resultando na reinvenção da linguagem para consumar o poema depois da "depuração das essências".
Como promete esta "coreografia"!
Um abraço, caro amigo Manuel!
E tudo flui e se sublima nesta fabulosa criação literária. É barro, é prenúncio e é a depuração de algo maior. O poeta tem o poder da palavra. Faz acontecer o poema. Personifica-o. Ama-o.
Beijos, meu amigo Manuel.
Um hino!
Beijo, meu amigo.
Mais um poema que gostei muito de ler.
Abraço, saúde e boa semana
'Mais que fantasia' Veiga _bem mais !
fica os abraços
Profundo, sentido e belo poema.
Abraços
As trombetas poéticas anunciando que vêm aí, mais uma bela e irretocável criação no sagrado livro do gênesis da poesia!
Que coisa linda!
Abraço.
:)
Bom dia, Manuel Veiga
Não posso deixar de ligar este belo Poema "Como se foras..."
a outro que publicaste em Fevereiro, "Invenção Minha...",
num intento, como leitora atenta, de encontrar laivos de um
certo aperfeiçoamento.
E vejo que essa "Invenção", mais que fantasia, deixa a sua condição
humana, erguendo-se do barro, e nomeia-la Sibila, mulher/oráculo,
ou feiticeira, depuradora de todas as impurezas...
E a introdução, épica, presenteia-nos com versos do mais belo que
tenho lido.
Um abraço
Olinda
Olá, meu amigo Manuel, esse é um belo poema para mais de uma leitura e para nossa reflexão! Uma linda e interessante construção, para uma interpretação livre.
Um beijo e uma feliz Páscoa junto aos seus queridos.
Gostei imenso do poema, é excelente.
Bom fim de semana e uma Páscoa Feliz, dentro do possível, caro amigo Veiga.
Abraço.
"Coisa" bela, "como se foras..."
Constata-se que não há invenções. Só constatações de que há Amor.
Parabéns, Amigo. Páscoa Feliz.
Abraço
SOL da Esteva
MV
um poema bonito fechado a chave de oito
e amorosa invenção minha.
e ficou tudo explicado.
Aproveito para desejar os meus votos de Felizes Páscoas.
Muito obrigada pela sua visita.
Beijinhos e bom fim de semana.
:)
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