Inebriantes a oculta linguagem dos lugares
E as pequenas
coisas que iluminam
As veredas. E o
polifónico canto
Que se liberta do
regato
E o raio de sol preso
Em timbres de luz
E sombra...
A paisagem é corpo
de mulher. Derramado
E em impudicícia
exposto. Vale fendido e fermentação.
Passagem íntima de
águas subterrâneas
Em circuito de
sémen. E bálsamo.
Na íntima fusão da
água
E a pele
sedenta...
Ou talvez seja apenas
o frágil vime
Desdobrando-se na
cálida solicitude da brisa -
Mulher ainda no
fulgor doirado abelhas
E dos insectos no
remansoso
Cair da tarde...
Ou o mergulho de
crianças leves. E breves.
Em pagã floração da
vida.
Ou talvez seja a
toalha alva agora.
Por onde tomba a palavra
solta.
E se aninha - como
migalha inesperada!...
O sortilégio dos
nomes. E se imiscui sem cuidados
O perfume raro em
que nos damos…
Manuel Veiga
(Poema editado)
14 comentários:
Belíssimo poema, Manuel.
Um abraço
A paisagem-corpo de mulher é a que mais fundamente se imprime na alma do amador.
Abraço poético.
Juvenal Nunes
Tão belo amigo Manuel.
Abraço, saúde e boa semana
Os poemas estão ao teu alcance e um perfume raro traspassa-os nas palavras em que te ofereces, poeta.
Este poema inscreve-se na natureza deste cavalo à solta.
Magnífico, meu amigo!
Beijos.
Mulher é tudo isso.
E será mais...
E às vezes menos...
"trespassa-os", queria eu dizer.
Celebração do corpo da mulher!
Ao percorrer o Poema temos a sensação de que o Poeta
sente essa paisagem de difícil e misteriosa apreensão. E
desenvolve-a de forma bela, em crescendo, com a conjunção "ou"
a marcar o ritmo, chegando de forma apoteótica aos seguintes
versos:
"Ou talvez seja a toalha alva agora.
Por onde tomba a palavra solta.
E se aninha - como migalha inesperada!...
O sortilégio dos nomes. E se imiscui sem cuidados
O perfume raro em que nos damos…"
Adorei, Manuel Veiga.
Um abraço.
Com a imaginação e a criatividade poética desenfreada, qual cavalo à solta, vai o Poeta espalhando rompantes de extrema beleza e ousadia... juntando palavras, às quais chamamos: POESIA!
Um forte aplauso.
E um abraço também.
Que extraordinária ode ao desejo, ao amor, ao seminal, ao que sempre nasce...
:)
MV
Um poema cheio de sensibilidade e amor.
Em homenagem à mulher.
Gostei!
:)
Excelente poema.
Gostei imenso, como sempre.
Bom fim de semana, caro Veiga.
Abraço.
Maravilhosa homenagem à mulher, Manuel!
Um belo poema contornado de belas palavras e ricas metáforas.
Que pena não poder escutar o vídeo, estamos esperando a 'onda baixar' para levar os computadores na oficina.
Só conseguir ver a harmonia do galope na bela natureza!
Um ótimo fim de semana, meu amigo!
Beijo!
Excelente fundo musical para um belo poema que glorifica a Mulher!
Para ti e família uma doce Páscoa, meu amigo.
Te abraço :)
Apenas refletida a paisagem no espelho de água, e luz e sombra, desenho a giz, pelas mãos estendidas do poeta...
Abraço, caro amigo Manuel!
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