Destilo meus detritos – os livros
Que
não li, as viagens que ficaram,
Os
amores que não colhi …
E
a esse magma em ebulição
Adiciono
uma pitada de minhas dores
E
quedo-me no crepitar
Das
chamas…
E,
então, neste alambique de horas gastas
Soletro
ainda o perfume
Que
incendeia. E o alvoroço
Da
lágrima
A
desprender, gota a gota,
Como
se fora lágrima verdadeira
Manuel
Veiga
13 comentários:
E assim se escreve sublime poesia. Gostei demais deste poema. Simplesmente sublime.
.
Abraço poético.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
MV
um poema que denota um certo desalento.
mas, precisamos olhar e seguir em frente.
sempre!
mesmo com estes tempos conturbados.
Boa semana com paz e saúde.
:)
Digo, Manuel, que valeu a pena vir.
Depois de andar a nadar no smartphone e me afogar, parece-me que é desta.
Primeiro espero que tudo vá bem por aí. Com os imprevistos, imprevidências e azares o cadafalso é montado em qualquer lado (já estou semipfizerado).
O poema é muito bonito mas sinto-lhe alguma melancolia.
Um abraço amigo.
Sempre interessantes as palavras que aqui leio.
Nem sempre jubilosas, nem sempre esperançosas.
Mas... o que seria dos Poetas se não houvesse o desalento?
Gostei.
Um abraço.
Procurei o fio que sustenta, digamos as razões para a destilação - recusei o plural porque é melhor fechar a boca e abrir os ouvidos, pois aqui a linguagem é sempre singular com ou sem desalento.
Um abraço, caro Manuel!
Sentimentos que se entrecruzam entre perdas e alvoroços.
E sempre a chama da poesia. E o perfume do verso.
Grande abraço, poeta.
As dores do Poeta que se interpenetram com as dores do mundo, joeiradas e emotivas.
E essa lágrima, como se verdadeira fora...em cada gota nos revemos.
Poema belo, um olhar aparentemente introspectivo, que convida à reflexão.
Abraço, Manuel Veiga.
Olinda
Como não se viver ou não presenciar essa mistura ou um turbilhão de sentimentos num triste momento de nossas vidas que torna tudo igual em todos os povos e em todos os lugares? Um sofrimento global, um momento que nos intimida, que nos estressa e que nos deprime?
Tenho observado muito os poetas, que por natureza são muito sensíveis, a escreverem poemas muito significativos e belos, exatamente nesse período. Acho que é quando a razão deixa o coração falar. É sofrido seu poema, mas muito belo, meu amigo!
Um bom fim de semana, Manuel,
beijo.
Excelente poetar, Manuel!
O ritmo, a harmonia se fazem presentes nesse poema cujas palavras foram selecionadas com primor. Parabéns. Abraços.
Emana do poema a ineficácia que resulta daquilo que não se conseguiu concretizar.
Não é uma renúncia, mas há nele um sentimento que compunge.
Abraço poético.
Juvenal Nunes
Casualmente llego a tu blog, he estado años alejada del mío y ahora que lo he retomado pienso disfrutar de las inspiraciones de los poetas, me ha gustado leerte, si quieres te invito a pasar por el miio
Un saludo
Carmen
Juvenal Nunes,
grato pelo seu olhar sobre o meu poema, que se reconhce ser (ou parecer) um tanto sombrio
mas repare,
as lagrimas são lagrimas de fingimento
e ... alvoroçadas
e teima o poeta num "perfume que incendeia"
grato
Os teus poemas chegam-me sempre fundo e eu gostei muitissimo deste.
Abraço e que estejas bem!
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