Antes do magma. Nesse eterno lugar
Tempo
sem tempo. Mero enunciado das coisas
E todos os nomes.
Nessa
órfica placenta
Onde
se desenham todos os rostos
E
a linha das mãos é arbítrio
E
precoce carícia
E
todas as coisas fluem
Em sua mútua simpatia
E
singular gesto de se enunciarem
Nesse
mundo orquestrado
Na
usura de absolutos silêncios
E
ignotos territórios
E
no infinito-tempo
De
todas as singularidades
Ergues-te do barro e te sublimas
E
explodem, então, todas as cores
E
se fecundam solares
Todos
prenúncios
E te digo Sibila. E te
nomeio depuradora
De essências, em mar de
miasmas…
Como se foras, mais que delírio,
poema.
E invenção minha.
Manuel Veiga
In Coreografia dos Sentidos
3 comentários:
Haja quem depure este mundo... cada vez mais imundo de silêncios e palavras falsas.
Excelente poema, os meus aplausos.
Bom fim de semana, caro amigo Veiga.
Um abraço.
Para mim, um belissimo poema.
Lamento, mas só te posso dizer o que sinto ao ler o que escreves , pois não tenho conhecimentos técnicos para análise literária( tenho outros).
Beijo e que seja bom o final de semana , meu amigo.
E todas as coisas fluem, nem sempre da melhor maneira, porque o mundo é imperfeito, sempre foi e assim continuará. Lá vamos, nós, seguindo o nosso caminho nesse tumulto das sociedades em querelas constantes, em incompreensões com as atitudes dos outros, sempre buscando o poder a qualquer preço. Urge uma depuração ompleta a todos os niveis, mas falta vontade aos poderosos e os pequenos, por mais que tentem , pouco podem fazer; essa tentativa é uma gota neste oceano de " imundicie " e a prova está no que acontece na " casa grande " do teu conto e em tantas outras " casas grandes " deste nosso mundo. Estava com saudades e esperava há muito a continuação do teu conto, Manuel. Não sei..., mas a ida para a igreja leva-me a supor que não será coisa boa. A ver vamos! Espero que esteja tudo bem contigo e com a familia e que este novo ano vos traga, especialmente, saúde. Um beijinho e obrigada!
Emilia
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