Nem reino, nem glória!
Apenas os sapatos gastos e a poeira
Dos caminhos. E uma reluzente pedrinha
A brilhar por entre os dedos.
Valiosa.
O salgueiro como, sempre, ali permanece
A oferecer sua sombra. E o rio.
Agora seco nas cascatas
Da memória.
E o freixo. E o canto do melro
A agitar-se em cio.
E também a menina de A. de Campos
Às portas da Tabacaria.
(a comer chocolates, está claro!)
E a inamovível pedra em que me sento.
Que me importa a mim a verdade
E a mentira! passa, tudo passa.
Apenas uma reluzente
Pedra me interessa
Passando de mão em mão
E a gargalhada dos deuses
E uma última jogada…
Manuel Veiga
22.06.22
9 comentários:
Sou do tempo dos " açafates " repletos de petiscos preparados com carinho que depois seguiam em cortejo até ao adro da igreja e aí eram leiloados em beneficio da paróquia; a igreja estava sempre em primeiro lugar. Tive a felicidade de declinar a " rosa rosae " e outras , mas também vi muitos pés descalços nos caminhos de terra, com os carros de bois que levantavam o pó, cobrindo as amoras que nós, crianças adoravamos comer. Havia, na melhor das hipóteses, os tamancos de madeira e as chancas, tentando proteger os pés cansados de tanto trabalho. Agora, o pó também se levanta pela seca que assola o nosso país, mas, mesmo assim, acho que há grandes diferenças; a miséria não é tão grande e os pés não usam tamacos e muito menos meias de lá de ovelha, ásperas e desconfortáveis. Vi tudo isso, Manuel e fico feliz por ver a minha aldeia muito melhor em todos os aspectos. Há muito não vinha aqui, mas gostei de poder vir cá hoje. Um beijinho e saúde para todos vós
Emilia
Um poema que me deu grande satisfação em ler,
poema esse que deixa no seu rastro a marca indelével, do
talentoso amigo e poeta Manuel Veiga!
Aplausos, Manuel!
Um feliz fim de semana e saúde e paz para toda a família.
Um beijo.
Mais um poema que me agradou muitissimo.
Joguemos aos dados, então, mesmo sob a indiferença dos deuses.
Abraço , meu amigo, bom final de semana.
Apreciei bastante o poema, só espero que essa pedrinha não seja um entrave à engrenagem.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
A única alternativa é a vitória ,mVeiga
sem reino, mas gloriosa!
Achei lindo o salgueiro, o rio nas cascatas,
o canto do melro, a menina ...
Batalha ganha nos poemas que deixas aqui,
com meu abraço grande ,de parabéns!
O A. Campos gostaria de ter lido este poema.
Apesar das pedras e da gargalhada dos deuses...
Excelente, os meus aplausos.
Boa semana, caro Veiga.
Um forte abraço.
A poeira dos caminhos que pisamos é que conta os dias que nos prendem ao chão, mesmo que os deuses riam e continuemos a ler Álvaro de Campos. Belíssimo, o teu poema.
Tudo de bom para ti. Uma boa semana.
Um beijo.
a poeira dos caminhos que indiferente vai ficando.
um poema bem ao estilo do talento do MV.
e, será que os deus também dão gargalhadas?!
se calhar....
boa semana
;)
Todo pasa, pero quedaran nuestros poemas
Ha sido un placer leerte
Un abrazo
Te dejo el enlace de mi blog de poemas por si quieres pasar
https://calzandosentimientos.blogspot.com
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