quinta-feira, setembro 29, 2022

ABSOLUTA PALAVRA


 

A Hora é esta. Assim

Escassa. A morder a orla

Do sonho

 

Sacral e mítica…

 

A anunciar-se

Líquida. Sede e água

A transbordar

 

E a proclamar-se

Desmedida. E a profanar-se

Dádiva.

 

E a resguardar-se

Profana. E absoluta

Palavra. Dita.


Manuel Veiga

in COREOGRAGIA DOS SENTIDOS

Modocromia- Edição

 

3 comentários:

- R y k @ r d o - disse...

Poema BRILHANTE que me fascinou ler.
.
Cumprimentos poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Juvenal Nunes disse...

Poema em que o poeta, atento e sensível, confere à palavra toda a globalidade do seu valor concetual, que faz toda a diferença.
Abraço poético.
Juvenal Nunes

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Manuel,
para o poeta a palavra é a fonte para se atingir
os objetivos da poética.
A palavra é a vestimenta nobre da poesia.
A palavra é o canto vivo e suave do rouxinol.
Então, meu amigo poeta só me cabe, por fim, o mais
sincero elogio pela inspiração e pela construção deste
seu belíssimo poema.
Votos de um bom domingo, com muita paz.
Grande abraço!

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