Teus dedos açucenas em meu corpo aberto
e os olhos
vendados. Como se fora rito
ou cerimonial
secreto. Sou levitação.
Agora meu corpo é algo
místico a planar
Veludo de carícia
e macieza da voz
Passagem de mãos
em minha pele
sedenta, a abrir
novos mistérios
e a alastrar em
murmúrio
que apenas tuas
mãos sabem
e, quando os dedos
se enlaçam quase-nada
Em inocente jogo e
expectante espera
e primaveril encantamento
Solta- se então o
percurso das águas
que enjeitas embora as desejes
E sei então de ti pelo movimento
das pálpebras dobrado.
E teu sorriso-cativo...
Manuel Veiga
07.2023
1 comentário:
Sempre a surpreender-nos com essa sua forma
de dizer as coisas, Manuel Veiga.
Um manancial que não se esgota, numa linguagem
encantatória que transcende a fala dos simples
mortais. Já lhe disse uma vez que ombreia com
os deuses, através desse seu talento poético.
E repito-o agora.
Um abraço
Olinda
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