terça-feira, outubro 10, 2023

PARA UM NOVO TEOREMA



Subtilíssima  borboleta em seu labor

Levíssimo bater de asas de flor em flor

E do outro lado do Universo, sem o saber

Abre-se a apocalíptica catástrofe

Leve adejar de borboleta e suas

Asas de seda e o Universo

A implodir no Caos

Que a borboleta

Desconhece,

Enquanto aqui e a ali,

Vai beijando as flores

No seu jardim predileto – sem qualquer dano

Ou propósito que seja ser…

 

Assim o poeta ele fora – soltar seus versos

E adejar de seus ledos enganos. E a milhares de quilómetros

Pudesse agitar a beleza das palavras e com elas

Fundir-se na consumação dos tempos…

Como se fora um novo teorema

Da física moderna…

 

Manuel Veiga


5 comentários:

São disse...

Gostei muito, mesmo.

Abraço

lis disse...

Assim o poeta _ a 'soltar seus versos'
agita a beleza das flores na minha primavera.
Abraço mVeiga

Olinda Melo disse...


Tudo está ligado. Plantas, animais, racionais e irracionais, e a própria sucessão dos dias e das noites. O que se passa no outro lado do mundo afecta-nos, mais cedo ou mais tarde.

Talvez a poesia nos salve das nossas incongruências e desatinos.

Belo poema, Manuel Veiga.Adorei.
Abraço
Olinda

" R y k @ r d o " disse...

Lindo de ler. O meu aplauso e elogio. Cumprimentos poéticos

Teresa Almeida disse...

Um aplauso e um abraço, caro amigo Manuel Veiga.

AS CORES DO POEMA

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