Gota a gota o
calcário na persistência da água
Inaudível música
a inundar o interior da pedra
Antes da
forma...
O furor das
catedrais são meus olhos
E as linhas que
precedem a condensação das horas
Ainda fluidas...
E os invisíveis
dedos no rosto das coisas
Que amadurecem
na vibração das tempestades
Adormecidas...
Nada é eterno.
Nem a voracidade das chamas
Nem o colapso
dos gelos, nem a sedimentação dos dias
Nem o esplendor
de montanhas sagradas...
Apenas o vigor
de cada forma em novas formas.
E a infinita
permanência do Sol. E a precária vontade
Dos homens...
E o adejar do
poeta derretendo as asas...
Manuel Veiga
16 comentários:
Grande Poema!
Quando estalactites e estalagmites se beijam, o sol estilhaça as asas do poeta mas a poesia permanece.
Abraço fraterno Poeta
Levei. Para o Face.
Beijos.
Na verdade tudo se move
até o vento
Abraço sempre
"Nada é eterno", a não ser, a energia cósmica, da qual tudo e todos são feitos...
Beijos, heretico e bom domingo!
Belo poema!
Abraço
Perfeito...
:)
Gosto muito deste poema, Heretico!
Ocorre-me fazer de conta que é uma interpelação pessoal e responder que tenho asas pequeninas e modestas. Asitas modestas, de pardal. Adejo sobre os telhados do bairro, não vou muito longe e não as derreto porque me queimo inteira. Prefiro assim. "Morro" cedo, mas "morro" ainda com asas integrais e "sem ter assinado o compromisso de ser esplêndida"...
Abraço grande!
Apreciar os versos de Manuel Veiga é deixar a alma inundar-se com o que de mais belo possa existir no mundo da poesia.
Amigo, ausente da blogosfera por uns tempos... Não sei precisar quanto!
Sempre que possível estarei visitando os amigos queridos.
Deixo-te mimosas estrelas com meu carinho, desejando que tua vida seja sempre iluminada de sorrisos.
Helena
e o Poeta voa tanto ou mais do que os pássaros...
grande poema!
:)
Muito, muito bonito!! (Acho que vou começar a "roubar" estas pérolas...)
Beijinho
(tinha lido "pela Maria-da-Ilha" e percebi de quem era ..., juntando nomes e ideias)
O sol cintilando nas asas que se abrem sobre a esperança. Que fiquem como uma bandeira.
Gostei muito.
Abç bettips
As asas do poeta não derretem. Elas nascem rente ao sol para aquecerem a esperança dos dias mais desesperados.
Um poema excelente, meu amigo, que sabes "ter nos olhos o furor das catedrais".
Um beijo.
Quero crer que, sim, há eternidade em certas coisas. Nas palavras do poeta também
Gostei muito do poema ! E a imagética do poeta derrestendo as asas...
Beijos
Voam alto_ nossos afetos camuflados de pássaros.
E são lindos meninos!
Maravilhosa poesia ,
um abraço ao poeta Manuel
E o adejar do poeta queimando as asas...
Ícaro sonhador que tu és! Um poeta de mão cheia.
Abraço
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