Curvam-se os
dias. E no declive
A íntima inquietude
de meus passos...
Amável embora a sombra
espraia-se
Em azul neutro. Névoa
desprendida
A derramar
prenúncios. Quase tímida.
Dulcificando a
erosão da cor e abrindo-se
Vagabunda ao seu
destino espúrio...
Sem alardes. Que
nada pode a subtileza do voo
Nem a coada luz
da nuvem...
Apenas a rota das
trevas e a imanência do sopro
A moldar a curva
e a frágil senda
E os calcinados sonhos
Do poeta...
Manuel Veiga
11 comentários:
Lembrei-me de uma insustentável leveza do ser...
como se nos deslocássemos como fantasmas e como almas panássemos por aí...
(estou muito para o cinzento névoa, desculpa-me, querido heretico)
Que esses sonhos consigam desprender-se de novo.
~
~ A capacidade de sonhar retornará,
~ Como uma fabulosa Fénix renascida.
~ A névoa baça e espúria desaparecerá
~ E o estro do Poeta de novo brilhará,
~ Ainda que se curvem os dias e a vida.
~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~
~ Ps ~ Desculpe a singeleza da "gracinha".
Os declives, a inquietude, a névoa "quase tímida", o destino espúrio...
Uma tela a precisar de cor, diria, não fossem já as palavras o colorido das mãos.
Bj.
"E no declive
A íntima inquietude de meus passos..."
Como pode os calcinados sonhos do poeta produzir versos tão significativamente lindos...?
(Bonito, isto!)
Um dia, 'roubo-te' um poema... como este. Divino.
Beijos
Fazer da palavra a matéria sutil da poesia: a arte do poeta.
Lindo, lindo!
Um beijo.
e que esses sonhos sejam fogo renascido, porque o Poeta não pode calcinar sonhos nenhuns...
:)
Outro belo poema teu, quem sabe a celebrar aleluias.
Um abraço
Dos dias, a inquietação pode anunciar que outros e melhores virão,
Abraço fraterno daqui do longe
Enviar um comentário