Desprende-se o
poema. Brevíssimo sopro.
Ou colisão ínfima
que estremece. E se agita. Inesperada.
No absurdo silêncio
do Mundo.
Murmúrio de
sarça. Arde. Como inflamadas cores
Sobre a Árvore
do Tempo. Ou toda a vida
No sopro do instante
– meteórica luz divina...
Desprende-se o poema.
Sem resguardo.
E nessa agitação
volátil um breve prenúncio. Ou esboço.
E o rosto invisível
das coisas a rasgar
A finíssima placenta.
Que a Palavra então
seja criatura
Arrostando as
dores do Universo
E testemunho do humaníssimo
Grito.
Ou polifónico Cântico
a antecipar
O dia claro...
Manuel Veiga
Manuel Veiga
15-02-2015
10 comentários:
Que o prenúncio
se cumpra
e, como o poema,
se desprenda
Inventemos pois os dias claros!
Beijo.
É na alvorada que a alquimia se faz.
Rompeu-se a lírica placenta e veio à luz, esse belo e contundente poema.
Beijos, heretico!!!
~
~ Continuo a deliciar-me com a meditação sobre a génesis
da composição poética.
~ Desta vez, desprende-se o poema, sem resguardo...
~ ~ ~ Dias claros e felizes, Manuel. ~ ~ ~
.
Belo poema o teu.
Não há parto sem dor. A esperança que agora anuncias há-de crescer em breve.
Abraço fraterno
Estas palavras são prenúncio de que a poesia tem arte e finalidade:)
Estas palavras são prenúncio de que a poesia tem arte e finalidade:)
Um poema tão inédito e fecundo
quanto o instante da criação!
Grande abraço.
Um sopro inspirado. :)
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