Veste-se o Outono de
mostos e fermentam
Sabores na glória dos
frutos que as bocas
Sequestram. Tão macios
Que se desprendem
Em promessas
Atordoadas
E permanecem no mel
colhido
E nas línguas. Suculentas...
Impúberes os sonhos.
Ainda.
Que humedecem os olhos
De tão claros.
Azul na vertigem. E no
alvoroço
Cinzento na hora da
chegada
Como restolho depois do
dia
Ou despojos. Diurnos.
Antes da noite
E do frio...
De nada vale o doirado
das vinhas
Nem a plangência do sol
Nem o vigor íngreme
Dos passos.
Nem a vindima.
Nem os cestos...
Outono é esta memória
cálida
Fogueira onde soletro
meu corpo aceso
Dulcíssima flama em que
me embalo...
Manuel Veiga
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