Tal como
no Século XX, o actual ascenso da extrema-direita é expressão da profunda crise
do sistema capitalista, que procura afirmar o seu poder e garantir a sua sobrevivência.
O combate ao perigo do fascismo, com velhas e novas características, exige a
compreensão da sua essência. Exige que não se ignorem as lições da História, ao
mesmo tempo que se identificam características novas que o fascismo assume nos nossos
dias.
(…)
O fascismo
surgiu das entranhas da grande crise do sistema capitalista mundial, com a
catástrofe da I Guerra Mundial e, após 1929, a profundíssima crise económica
que, com epicentro nos EUA, rapidamente se espalhara a outros países do centro
imperialista. A Guerra dera lugar, em 1917, à primeira grande Revolução
Socialista na História da Humanidade, inspirando trabalhadores e povos de todo
o mundo, mostrando a alternativa ao belicismo, miséria, exploração e opressão
do capitalismo. O grande capital receava perder o controlo.
(…)
O fascismo
sempre foi uma arma de arremesso contra o movimento operário e contra o perigo
de que o descontentamento de largas massas com os efeitos da crise do
capitalismo se dirigisse para uma via revolucionária, colocando em causa o
próprio sistema.
A natureza
do fascismo não foi de início clara para todos. Se era evidente a sua extrema
violência contra o movimento operário, a sua natureza era dissimulada pela mentira
e uma demagogia social mistificadora, supostamente ‘revolucionária’, ‘anti-liberal’
e nacionalista, que visava esconder a sua real essência, permitindo assim capitalizar
o descontentamento de largas massas, vítimas do capitalismo.
No VII
Congresso da Internacional Comunista (1935), Dimitrov dizia: «o fascismo chega ao poder como partido de
ataque ao movimento revolucionário do proletariado, às massas populares que
estão em estado de agitação; e no entanto apresenta a sua ascensão ao poder
como um movimento ‘revolucionário’ contra a burguesia, em nome de ‘toda a
Nação’ e pela ‘salvação’ da Nação. Lembremo-nos da ‘marcha sobre Roma’ de
Mussolini, da ‘marcha’ sobre Varsóvia de Pilsudski, da ‘revolução’
nacional-socialista de Hitler na Alemanha».
E acrescentava:
«O fascismo não é (apenas) uma forma de
poder de Estado que se coloca acima das classes – do proletariado e da
burguesia como diz, por exemplo, Otto Bauer (dirigente social-democrata
austríaco). Não é a ‘revolta da pequena burguesia que capturou a máquina do
Estado’, como declara o socialista britânico Brailsford. [...] O
fascismo é o poder do próprio capital financeiro».
Ver in FoiceBook
3 comentários:
Texto maravilhoso:))
Bjos
Votos de uma óptima Terça-Feira
Entretanto os jornaleiros esperam no adro pelos Senhores, ao mesmo tempo que o semi-deus Musk propõe a hibridização dos humanos com a inteligência artificial, ou seja, cada humano recebe um chip na mona e os robots são enxertados de garfo ou borbulha humanos!
Até quando? Em que século vivemos?
Abraço.
«...o fascismo chega ao poder como partido de ataque ao movimento revolucionário do proletariado, às massas populares que estão em estado de agitação; e no entanto apresenta a sua ascensão ao poder como um movimento ‘revolucionário’ contra a burguesia, em nome de ‘toda a Nação’ e pela ‘salvação’ da Nação.»
Dimitrov, ressuscitado
(tal está acontecendo
um pouco, por todo o lado)
Enviar um comentário