Nada perdura. Nem o veio
de águas
Tumultuosas. Nem o vagido da inocência
Nem o silvo dos ventos.
Nem a agrura das montanhas
Nem a alvura dos
silêncios. A rasgar
O frémito da palavra
imaculada.
Nada perdura. Nem o
cetim dos dias
Nem o cinzento das mágoas.
Nem a efémera euforia
Das glórias. Nem o eco
do que fomos
Nem a nudez dos dedos
No lombo magoado
Das desgraças.
Somos o que somos!
Alimento de nós mesmos
Turbilhão do Mundo
Que nos arrasta.
Manuel Veiga
8 comentários:
Nada perdura, meu amigo Manuel. E essa consciência deixa-nos na mão um pouco de nada. Ou não?
O desencanto é a luz do poema.
Gostei muito.
Beijo meu.
Bom dia. Maravilhoso poema. Adorei :))
Hoje:- Na incerteza da minha alma abandonada
Bjos
Votos de um óptimo Domingo (:
Pois é, caro amigo Manuel, somos o que somos, e também temos a sua palavra imaculada para registrar este momento de desencanto poeticamente.
Um forte abraço, caro amigo!
Tudo é efémero nesta vida que somos. Vão perdurar as tuas palavras para quem as souber ler com o coração…
Uma boa semana.
Um beijo.
Um poema que nos despe de prosápias, da fatuidade dos nossos dias.
Somos assim. Frágeis. A nossa força talvez resida nesse reconhecimento.
E quando chegarmos à conclusão de que não somos nada, quem sabe se não
acabaremos por encontrar a nossa essência, se ela realmente existir.
Belo, caro Manuel.
Abraço
Olinda
Boa tarde Manuel,
Um poema muito belo.
Nada perdurará e seremos arrastados pelo "Turbilhão do Mundo"!
Beijinhos e boa semana.
Ailime
Nada é. Tudo está: existir é transmutar.
"Somos o que somos!
Alimento de nós mesmos
Turbilhão do Mundo
Que nos arrasta."
Digo,alimento e chama.
Perfeita a tua poética.
Abraço.
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