sábado, fevereiro 02, 2019

METAMORFOSE(S)


Açucena aberta
A render-se em festa
E olhar-mágoa.

Sorriso e lágrima
A desfazer em água

E o poeta. Espera pura
A arder na palavra nua
E a beber o fel e o mel
Nessa a metamorfose
Líquida.

Já não lágrima. Apenas
Febre e dádiva.


Manuel Veiga

"PERFIL dos DIAS" 
Edição MODOCROMIA - No Prelo


16 comentários:

Quase Cinderela disse...

Mais um poema divino.
Tão sincero e simbólico... Cheio de qualidade e figuras de estilo.
É um poeta fantástico, Manuel.
Parabéns!
Bom Domingo
Beijinho

José Carlos Sant Anna disse...

Caro Manuel,
é esperar pelo Perfil dos Dias que promete dilatar-se em cada um dos seus leitores. É aguardar as minúcias poéticas como a que acabamos de ler agora.
Ansioso, mas sem pressa, rss!
Um forte abraço,

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
"Já não lágrima. Apenas
Febre e dádiva."
Um poema muito belo e tocante.
Beijinhos,
Ailime

Teresa Almeida disse...

Tua poesia é festiva e íntima. Daí que a lágrima lhe seja tão natural como quem rega a exuberância de uma açucena "no perfil dos dias".
O título é tao sugestivo que apetece conhecer a obra em sua plenitude.

O abraço de parabéns a seu tempo, mas a expetativa também e aliciante para os leitores.

Boa semana e bom trabalho, meu amigo Manuel!

Beijo.

Graça Pires disse...

Febre e dádiva, o Poeta. Muito belo meu Amigo! Já estou à espera desse teu livro.
Uma boa semana.
Um beijo.

Larissa Santos disse...

Que poema lindo :))

O nosso amigo Gil António, diz :- Nuvens que me lembram os beijos teus.

Bjos
Votos de uma óptima Noite.

Agostinho disse...

Um poema feito suponho de memória
Memória de memórias que teimam
habitar o sótão para sempre
coadas pelo tempo quiçá sem renda
que persiste
vêm pelo som dos saltos no soalho com cheiro antigo de virgem

Mais um belo poema, amigo MV.

Boop disse...

"No prelo" - gosto!

Olinda Melo disse...


Há lágrimas que molham os sorrisos, numa emoção que muitas vezes denunciam um quê de felicidade. Poderá ser uma metamorfose, uma espera, a chegada de algo que fará a diferença.

Talvez, esse "Perfil dos Dias".

Abraço

Olinda

manuela barroso disse...

Açucena aberta, olhar mágoa...já não lágrima.
A metamorfose também do poeta que canta.
Belíssimo, Manuel.
Beijinho

Marta Vinhais disse...

O poeta canta a beleza do tempo, apesar das lágrimas, do fel...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Gyzelle Góes disse...

Poema canção doce Açucena

Alice Alquimia disse...

Que versos mais bonitos de serem lidos e guardados.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Bom dia de 4a feira!
Eu amo poesia,
e a sua me alegra no conjunto:
gosto do título, pois
a palavra metamorforse me fscina
e os versos são perfeitos.
Bjins
CatiahoAlc. do Blog Espelhando

Lucilene, Camilo e Lili disse...

Muito bom mesmo!

Bjs

Ronilda David-Loubah Sofia disse...

Somos constantemente um mover assim feito
borboletas, trazendo no prenuncio das asas
e da conquista dos céus, esse mel e esse fel.

Trazemos em nós as mudanças das lágrimas
febris para o extremo do riso em euforia.

Somos lembranças do que nem ainda veio
tal qual o sentido inexplicável da saudade.

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...