Abolimos as palavras que
sabemos gastas
E riscamos todos os
nomes. E todos os registos.
E inventamos um abecedário
De gestos delicados
E eloquentes
Silêncios.
E balbuciamos a raiz da
água
Na singeleza das coisas
que se negam
À superfície. E habitam
A nudez da vertigem.
E cuidamos ciosos da
claridade
Que das esferas resplandece.
Por vezes, tresmalhados
São os ventos. Deles
colhemos, porém,
O perfume e o fervor
Com que soltamos a cinza
E dulcificamos
As mágoas.
E domamos os abismos.
E, soberbos, nos damos
Na libertação das
quimeras
E dos símbolos.
E na glorificação dos
corpos…
Manuel Veiga
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