Abre-se a paisagem ao horizonte
Em delírio de olhos desmedidos
Como se foram ainda açucenas
E o regaço aberto.
E o joelho incauto
Desguarnecido.
E viesses com a leveza das águas
Em mandil de tempo coado
A desalinhar a orla
Dos sentidos.
Ergo-me declinando o nome.
Caminheiro que sou de devoções pagãs
Tão faceiras, que nelas me reinvento,
Em néscio alvoroço.
Música que invento no declive do corpo
Assim exposto. Toada de abismos.
E coleante rumo dos lábios
E profundos rios.
Águas bravias
E cascata de enleios
E mistérios.
Manuel Veiga
8 comentários:
Un gran poema,con palabras bellas por su profundidad
Un beso amigo.
No horizonte...escrevemos histórias...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Boa noite Manuel,
"Cascata de enleios e mistérios" aqui de forma sublime poetizados.
Quando a metáfora ganha forma a poesia emerge...
Um beijinho e boa semana.
Ailime
Uma cascata de enleios, sempre acaba por ter águas bravias e alguns mistérios.
Belíssimo poema
Um abraço
Maria
Uma verdadeira cascata de emoções, esta belíssima inspiração, Manuel, que nos remete também para um arrebatador cenário natural, a par de um envolvente cenário emocional...
Finalmente conseguindo passar por aqui... tenho estado com dificuldades em aceder a alguns blogues... talvez pela falta de algumas actualizações aqui nos meus computadores, e que a minha pouca disponibilidade, nestas recentes semanas, após o meu regresso à blogosfera, ainda não possibilitou fazer na integra...
Tentarei passar por aqui, ao longo desta semana, para apreciar, o que mais recentemente andei por aqui a perder... com mais tempo, e com a devida atenção, que os seus inspiradores trabalhos merecem, Manuel!...
Beijinho! Votos de uma feliz semana!
Ana
Misteriosamente belo o teu poema , querido amigo, cujas metáforas têm o encanto dos devaneios em terra lavrada!
Sobes cada vez mais alto !
Beijinho para ti
Uma toada de abismos onde nos perdemos nas palavras, com o olhar manchado pela errância dos sentidos… Belíssimo!
Umas boa semana, meu Amigo.
Um beijo.
E qualquer um se enleia na música que inventas, poeta de delírios e de olhos desmedidos. Teus coleantes versos são açucenas a "desalinhar a orla dos sentidos"
E o poema é mesmo uma cascata em que as palavras se enamoram perdidamente.
Prodigiosa imaginação, meu amigo!
Grande abraço.
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